American Horror Story: 1984 | Um terror vindo dos anos 80

Criada por Ryan Murphy e por Brad Falchulk, American Horror Story: 1984 é a nona temporada da série antológica. Ao longo destes nove anos de duração, o público já entendeu que todas as histórias apresentadas, mesmo diferentes, partilham o mesmo universo. Há sempre personagens que atravessam temporadas ou ainda menções a anteriores locais ou histórias.

Em cada temporada, somos apresentados a uma história totalmente nova com personagens diferentes da anterior, ainda que os atores se mantenham os mesmos na maior parte das vezes. Esta vez não foi diferente.

Após o crossover entre a Murder House e a Coven, no ano passado, para a nona temporada, Murphy e Falchulk decidiram ir ao cerne do terror e focaram a sua atenção na América dos anos 80. Inspirados pelos filmes de terror datados dessa época, o cenário escolhido pelos criadores foi um campo de férias de verão no meio da floresta, o Campo Redwood.

Na realidade, a premissa é bastante simples. Um grupo de amigos, Brooke (Emma Roberts), Montana (Billie Lourd), Xavier (Cody Fern), Chet (Gus Kenworthy) e Ray (DeRon Horton), abandonam Los Angeles por causa de uma onda de assaltos e homicídios que têm acontecido por causa de um personagem conhecido como Night Stalker (Zach Villa). Decidem então passar o verão como monitores de um campo de férias no meio de uma floresta. O campo é dirigido por Margaret Booth (Leslie Grossman), uma sobrevivente de um massacre que teve lugar naquele mesmo local, no ano de 1970, pelas mãos de um psicopata apelidado de Mr. Jingles.

Com o passar da temporada, vamos percebendo que tudo o que nos foi apresentado no primeiro episódio não é de todo a verdade absoluta. Vamos desvendando segredos e mistérios que as personagens inicialmente tentavam ocultar. Descobrimos ainda a origem de muitos dos que pisam o campo Redwood e percebemos que, em American Horror Story: 1984, nada é o que parece.

Um dos aspetos a salientar e prova que realmente Ryan Murphy se inspirou em filmes de terror dos anos 80, tais como Sexta-feira 13, é o facto de que os cinco primeiros episódios da temporada se passam durante uma única noite no campo Redwood. Aqui, os cenários escuros e todo o mistério e confusão da floresta ajudam a estabelecer nos espectadores uma sensação de medo, terror e desorientação.

É de realçar também a trilha sonora, já que apenas engloba músicas dos anos 80. Torna-se, assim, mais credível para quem está a assistir. O guarda-roupa dos personagens é igualmente uma grande ajuda para a situação cronológica. Está bastante preciso com a época, com modelos divertidos de cores fortes.

Como não podia faltar, American Horror Story: 1984 não traz um, mas sim dois assassinos para atormentar o campo Redwood. Um deles é Mr. Jingles, o outro é Richard Ramirez, mais conhecido como Night Stalker. O último foi um assassino verídico que massacrou Los Angeles na década de 80 e, como é representado na série, era crente no Satanismo, o que se torna, então, o elemento sobrenatural principal.

Na nova temporada não contamos com os veteranos da série, Sarah Paulson e Evan Peters, que estiveram oito anos envolvidos no projeto. No entanto, vemos caras conhecidas da série e bastante acarinhadas pelo público. Tais são, por exemplo, Emma Roberts, Leslie Grossman, Billie Lourd, Cody Fern e John Carroll Lynch. Estreiam-se ainda novas caras como Angelica Ross, uma atriz transgénero, Matthew Morrison, Gus Kenworthy, um esquiador olímpico e ator, e Zach Villa.

Podemos, para além de tudo isto, reparar na crítica social que Murphy e Falchulk fazem passar subtilmente para o público. Criticam, por exemplo, as dificuldades de atingirmos os nossos objetivos, a ideologia machista do casamento entre homem e mulher, a submissão do ser humano ao prazer, entre muitas outras coisas.

O quinto episódio de American Horror Story: 1984 estreia segunda-feira, dia 11 de novembro. Promete trazer muitas surpresas e muito sangue. Até agora, esta nona temporada tem sido um voltar às raízes da série, ao dar prioridade ao terror e ao medo.