No ano de 1977, os Queen lançavam o seu sexto álbum de estúdio, News Of The World. Em apenas sete anos de existência enquanto banda, afirmaram-se cada vez mais como um pilar do Rock. 

 

O álbum, composto por 11 músicas, foi o regresso do grupo aos sucessos, depois do desempenho pouco positivo nas paradas de A Day At The Races. Com a quebra nas vendas e mudança cultural na indústria musical, devido à afirmação de grupos Punk como os Sex Pistols – com a sua mentalidade anarquista –, havia a necessidade de mudar o estilo tão elaborado das músicas. Assim, apesar do tom mais pragmático e direto, o disco chegou à terceira posição da Billboard Hot 200. 

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“We Will Rock You” é a mais clara representação da maior simplicidade musical do álbum. Escrita por Brian May, a canção foi feita para que o público pudesse “tocar” juntamente com a banda. O pé a bater duas vezes no chão seguido por uma palma é um ritmo fácil e facilmente reconhecido por qualquer um que o ouça. A canção tornou-se um dos símbolos da banda e ficou associada a desportos e outras competições, muito pelo facto de ser uma música com um estilo e letra tão simples e básicos como irreverentes e únicos. 

“We Are The Champions” é outra faixa do álbum que alcançou um lugar no topo dos hits dos Queen e de toda a história da música. É um autêntico regresso ao estilo “espampanante” e elaborado que caracterizava a banda e, especialmente, Freddie Mercury, cativo em músicas como “Bohemian Rhapsody” ou “Somebody To Love”. Pela letra e musicalidade, ganhou uma ligação forte a celebrações em vários contextos: desde a vitória num torneio desportivo à vitória numas eleições. “We Are The Champions” é um hino aos vencedores. 

Apesar da oposição entre o estilo dos Queen e o das bandas Punk em ascensão, News Of The World não foi um álbum isento de influências da moda da altura. Assim, Roger Taylor, baterista e o mais rebelde do grupo, foi o responsável por músicas como “Sheer Heart Attack” e “Fight From the Inside”. Nesta última, foi Taylor que gravou a música, cantando e tocando bateria, guitarra e baixo. Estas músicas surgem inclinadas para um estilo mais pesado e diferente daquele a que os britânicos nos haviam habituado.  

No entanto, Mercury não se deixou levar pela onda Punk, considerando-a oposta ao seu estilo. Com efeito, chegou a haver um conflito entre o lendário cantor e um símbolo do Punk: Sid Vicious. Em entrevista à New Musical Express, Freddie havia dito que a sua missão era a de “levar o ballet às massas”. Não muito depois, a banda estava nos Wessex Studios a gravar News Of The World quando surgiu Sid Vicious, baixista dos Sex Pistols, que estavam a gravar o seu disco Never Mind The Bollocks,nos mesmos estúdios.  

Sid, inoportuno, entrou na sala e perguntou a Freddie “Tu é que és o Freddie Mercury? E então, já conseguiste trazer o ballet para as massas?”. Mercury nem sentiu o insulto e respondeu à letra e à sua maneira: “Tu é que és o «Simon Ferocious»?”. O ambiente aqueceu e o líder dos Queen chegou mesmo a agarrar Vicious pela gola do casaco e a encostá-lo à parede. A experiência e a classe de uma das maiores bandas que o planeta já viu a fazer-se sentir sobre a rebeldia dos Punk. 

De volta ao álbum, os britânicos não deixaram as baladas totalmente de lado. Assim, “My Melancholy Blues” e ”All Dead, All Dead” foram introduzidas no disco e são as músicas mais calmas de entre as 11 faixas. 

News Of The World foi um regresso em grande dos Queen, atirando-os de volta à ribalta de onde nunca deveriam ter saído. Apesar da espetacularidade e fama de “We Will Rock You” e “We Are The Champions”, todo o álbum é excelente e deve não só ser ouvido, mas escutado com a máxima atenção e gosto.