A candidata ao Conselho Fiscal e Jurisdicional considera que os principais objetivos são promover a aproximação à comunidade estudantil e aferir as suas necessidades económicas.
Marta Dias é candidata pela lista D ao Conselho Fiscal e Jurisdicional da Associação Académica da Universidade do Minho (AAUM). A estudante de Ciência Política tenciona, em conjunto com a sua equipa, defender os interesses dos alunos e analisar, de forma concreta, a realidade da Universidade do Minho.
Em entrevista ao ComUM, a candidata lamenta as elevadas taxas de abstenção nas Eleições Académicas anteriores que, a seu ver, são um reflexo do que se passa nas eleições legislativas, autárquicas e europeias.
ComUM: Qual a razão para se candidatar ao Conselho Fiscal e Jurisdicional?
Marta Dias: No ano passado também apresentamos uma lista e conseguimos a eleição de dois candidatos. As nossas propostas passam por transparência e imparcialidade e é isso que queremos nesta lista. Visto que os outros candidatos já fizeram parte da Associação Académica e fazem parte da atual lista, achamos necessário ter pessoas fora da “engrenagem da máquina” para terem mais consciência do rigor das somas avultadas da Associação e também perceberem outro tipo de realidade, que não a da própria lista. É necessário ter pessoas fora do núcleo.
ComUM: Por que valores e ideologias se guia a lista a que é candidata?
Marta Dias: Passam por ter uma noção das realidades dos Campus de Gualtar e Azurém, aferirmos quais são as necessidades da associação, marcar mais RGA’s se for necessário, se acharmos que existem justificações que o proprio conselho fiscal e a própria associação académica tenham que dar e mantermo-nos mais próximos da comunidade estudantil. Pensamos que, por exemplo, não existem dados suficientes os próprios alunos. Tal como o João disse na própria entrevista, os dados estão à disposição de todos os alunos, mas se calhar muitos não sabem que podem ver o próprio orçamento, em que é que a associação gasta o dinheiro, etc.
ComUM: Qual a proposta que pode ter maior impacto na comunidade estudantil, no caso da lista D ser eleita?
Marta Dias: Precisamente a transparência e imparcialidade. É importante os alunos terem a noção daquilo que se passa dentro da Associação. Muitas vezes isso não passa cá para fora porque é só mesmo a lista A a ganhar há bastante tempo Queremos pautar pela diferença, aliás, “marcar pela diferença” é o slogan da nossa lista. Também achamos necessário existir alguém que analise os gastos e as somas avultadas da Associação, visto que no ano passado houve um prejuízo de 70 mil euros no Enterro da Gata.
ComUM: Como disse, “Marcar pela diferença” é a assinatura da lista D para estas eleições. De que forma pretendem fazer a diferença?
Marta Dias: Pelo rigor, estando presentes em todas as reuniões e em tudo o que os alunos acharem necessário. Portanto, observar de perto as necessidades da comunidade estudantil e marcar mais RGA’s, se necessário.
ComUM: Os valores da abstenção têm sido elevados. É previsível manter-se este ano?
Marta Dias: Eu acho que sim, até porque é difícil mudar os níveis de abstenção. Eu sou de Ciência Política, a abstenção é bastante alta tanto em eleições legislativas, como autárquicas e europeias, etc.. Se as pessoas não se preocupam com uma comunidade tão próxima delas como a associação académica, dificilmente se vão preocupar com outras coisas. E acho que é apenas mais um reflexo da sociedade.
ComUM: Foram tomadas algumas medidas para diminuir a abstenção?
Marta Dias: O apelo ao voto é feito por todas as listas, é algo comum. Como politóloga e mesmo como estudante, não acho que existam propriamente estratégias que façam a diferença. É importante existirem listas de oposição, isso claro que pode aferir mais ao voto, no entanto, cabe aos alunos terem a consciência de que devem votar. A Associação é para os alunos, são os estudantes eleitos que vão defender as suas necessidades. Se não forem votar, depois também não terão razão para se queixar.
ComUM: Acha que a possibilidade do voto eletrónico pode reduzir a elevada abstenção?
Marta Dias: Acho que, em parte, sim. Não reduziria imenso, mas o voto eletrónico é uma ótima solução para o combate à abstenção, ainda que não vá ser usado nestas eleições. Acho que é importante tomar medidas para que haja uma opção de diminuição da própria abstenção.
Ana Carolina Silva e Gabriela Ferreira