"Basta de nos matarem" é a petição que tem o objetivo de proteger as vítimas de violência doméstica. O movimento foi criado após os inúmeros assassinatos deste ano.

Dia 26 de novembro é o dia em que António Ferro Rodrigues, Presidente da Assembleia da República, vai receber o grupo “Mulheres de Braga”. O movimento tinha enviado uma carta à Assembleia da República (AR) para obter uma audiência e apenas esta quarta-feira recebeu resposta afirmativa.

Emília Santos, porta-voz do grupo, refere que a ida à AR tem como objetivo sensibilizar o poder político português para a violência doméstica, tema que tem manchado o país. “Mulheres de Braga” vai apresentar ao Presidente da AR uma petição para que o Parlamento “pense e renove as medidas prioritárias” de “prevenção e proteção” das vítimas.

A petição é apelidada de “Basta de nos matarem” e soma já um total de sete mil assinaturas. Apesar das milhares de subscrições, espera-se que o número aumente até ao encontro com Ferro Rodrigues. Para obter mais apoio, o grupo de mulheres vai marcar presença, este sábado, no jogo de futebol entre o SC Braga – Gil Vicente, no Estádio Municipal de Braga.

A petição “Basta de nos matarem” surgiu após o grande número de assassinatos ocorridos desde o início do ano em Portugal. A necessidade de combater este problema, que todos os anos faz inúmeras vítimas, requer a conjugação de esforços do Governo. Para tal, esta petição sugere incluir uma disciplina no pré-escolar para consciencializar as crianças para este assunto. Tenciona, ainda, obter a aprovação do Estatuto de Vítima para todos os “homens, mulheres ou crianças” que sofram de violência doméstica.

De recordar que o grupo “Mulheres de Braga” foi criado após o assassinato de uma mulher pelas mãos do ex-companheiro, em frente ao Tribunal de Braga, em setembro. Após isso, o movimento voltou a juntar-se, em Braga, para alertar sobre o problema da violência doméstica e as marcas que tem vindo a deixar. Numa concentração que juntou dezenas de pessoas em outubro, o grupo segurava uma faixa com a mensagem: “Parem de nos matar”.