Raparigas Rebeldes de Paradise Hills, de Alice Waddington, estreou em Portugal a 7 de novembro. O filme, que prometia ser um ótimo drama, acabou por se revelar uma confusa mixórdia de temáticas.

Num futuro próximo, Uma tenta escapar do “colégio interno fascista” Paradise Hills, onde foi encarcerada pela própria mãe. A organização é liderada pela “Rainha Má” do enredo, A Duquesa.

Raparigas Rebeldes de Paradise Hills

Neste contexto, surge Uma (Emma Roberts). Ela é enviada para o “colégio interno fascista” – palavras da própria – por se recusar a casar com um homem rico, a fim de salvar o estatuto financeiro da família. Chloe (Danielle Macdonald) e Yu (Awkwafina) são as colegas de quarto e principais aliadas da protagonista na sua missão de escapar a prisão que lhes foi imposta.

Uma das características mais predominantes do filme é a imagem. Todas as cenas estão incrivelmente bem tecidas: a luz, o ambiente, a coordenação das cores, o guarda-roupa e escolhas de penteado cuidadas para cada personagem. Tudo nos leva para aquele não tão apetecível paraíso.

Raparigas Rebeldes de Paradise Hills

A estética geral da fotografia é, por si só, interessante. Um mundo futurista onde apenas uma elite é extremamente rica, enquanto a grande maioria passa fome. Talvez por isso o guarda-roupa e cenários sejam criados à luz da Europa absolutista, no auge dos grandes cortes de ostentação.

Apesar da estética audiovisual ser, certamente, superior à média cinematográfica, o próprio decorrer da história falha a marca. Aquilo que declara ser um Drama/Thriller, acaba por passar pela Fantasia, Terror e Ficção Científica. Toca ainda em Ação e, de alguma forma, consegue ainda apresentar – mal – uma intriga romântica. Será que não foram já feitos ótimos filmes que apresentavam características de todos estes temas? Claro. Raparigas Rebeldes de Paradise Hills simplesmente não é um deles.

Porém, são os belos planos, os efeitos visuais e a excelente performance dos atores que fazem com que a trama não seja, na sua totalidade, má. O público tem, ao ver esta longa-metragem, muitas – demasiadas – oportunidades de pensar “o que é que se está a passar?”. Talvez num próximo filme as ideias da diretora estejam mais apontadas a um lugar concreto e certeiro.