Vasco Ribeiro, num discurso sobre a situação atual do mundo da comunicação, falou dos desafios atravessados pela assessoria de imprensa política.
O docente de Comunicação Política da Universidade do Porto conduziu uma aula aberta, esta quinta-feira, na sala de atos do ICS. Numa iniciativa integrada no Mestrado em Ciências da Comunicação, Sandra Balonas apresentou o orador, distinguindo o seu percurso profissional.
Vasco Ribeiro salienta que, a partir de 2009, o papel do jornalismo começa a diminuir no que concerne a audiências e espaço público. “As pessoas sabiam muito mais rapidamente de um vídeo viral das redes sociais do que da notícia que ia abrir o telejornal”, afirma. Teve de haver uma transformação, pois “hoje já ninguém vai a correr ver o Telejornal”. Desta forma, uma das técnicas mais atuais de “plantar” notícias é dá-la a um só jornalista em primeira mão.
As diferenças entre assessoria de imprensa e assessoria de comunicação foram enfatizadas. No entanto, existem dois campos centrais que se tocam: o jornalismo e a propaganda com a assessoria de imprensa, onde as relações públicas estão no centro. No Brasil pensa-se que assessoria de imprensa e jornalismo são a mesma coisa, contudo, para o professor não são.
“Não atuamos no sentido de uma tentativa objetiva de interesse público, atuamos segundo o interesse do nosso patrão”, diz Vasco Ribeiro. Assim, a assessoria de imprensa tem técnicas do jornalismo, encontra-se dentro do campo das relações públicas e passa também na área de propaganda. Também no Brasil se consideram as relações públicas como uma evolução da propaganda. Hoje em dia, há uma conotação negativa associada à propaganda, devido à Segunda Guerra Mundial.
A assessoria de comunicação é uma atividade que entra não só nas relações com os media, mas também na publicidade e relações públicas, nomeadamente na construção de cartazes e eventos. “As relações públicas são a nossa casa comum”, salienta o orador. Seguiu-se um pouco de vertente histórica, onde o professor introduziu conceitos como press agent e publicist.
“Fui diretor de comunicação durante algum período, mas, na verdade, caiu-me sempre o pézinho para o chinelo da assessoria”, confessa Vasco Ribeiro, que sempre trabalhou no ramo das relações públicas.
Novembro 1, 2019
Ver o ComUM a dar espaço a um senhor que ajuda a minar o jornalismo e a falar de notícias “plantadas” deixa-me triste.
Mas perguntemos àquele político conhecido da praça pública para quem ele trabalha como lhe está a correr a “plantação”.
(Vá, um artigo de opinião no Público de vez em quando não conta)
Novembro 2, 2019
Claro que o jornalismo vive e depende de um grande volume de notícias ‘plantadas’ por fontes ocasionais e profissionais!
E garanto-vos que adorava discutir esta ‘rotina jornalística’ com o(a) autor(a) deste comentário, mas, como se vê, não dá a cara e esconde a sua invídia… :)