Velocidade Furiosa: Hobbs & Shaw estreou nas salas de cinema portuguesas no dia 1 de agosto de 2019. Diferente, inesperado, irreal e simplista são alguns dos adjetivos que podem caracterizar esta continuação adaptada de uma das sagas mais influentes na história do cinema.
Depois de oito produções, chega o spin-off da saga, protagonizado por dois rivais. Luke Hobbs, operacional do Serviço de Segurança Diplomática dos Estado Unidos, e Deckard Shaw, antigo agente do exército britânico, vêm-se obrigados a trabalhar em conjunto para terem hipótese de salvar o mundo de uma ameaça biológica.
A dupla teve o seu primeiro confronto em Velocidade Furiosa 7, onde disputaram uma luta. No entanto, desta vez, o twist aparece com Brixton, o vilão que possui poderes tecnológicos que lhe conferem uma força super-humana. O antagonista assume ainda o controlo da operação que pode modificar a humanidade para sempre.
Os protagonistas são reunidos para ajudarem a irmã de Shaw, Hattie, uma agente do MI6 que tentava apanhar o criminoso e acabou injetada com o vírus. A jovem acaba por ser o elemento mediador do conflito entre o irmão e Hobbs, ao estabelecer uma ligação especial com o último no decorrer da longa-metragem.
Assim, pouco do que estamos habituados a ver acontecer ao longo de todos os outros filmes da saga acontece em Velocidade Furiosa: Hobbs & Shaw. As corridas ilegais, os crimes de rua e, posteriormente, de maior dimensão, são substituídos aqui por uma perseguição mais “policial” e menos emocionante, assumindo o trabalho, por isso, uma nova identidade.
Com um tom mais focado na ficção científica, o irrealismo toma conta da narrativa. Eventos pouco prováveis e atos físicos impossíveis de acontecer atuam em conjunto e estimulam muito pouco a mente do espectador. Para além disso, o lado cómico está muito aquém do expectável, com poucos momentos em que resulta.
O desenvolvimento das personagens também não foi, de todo, um campo bem explorado. São apresentadas com uma história simples e a sua evolução é praticamente nula.
Apesar disto, a relação entre Hobbs (Dwayne Johnson) e Shaw (Jason Staham), inicialmente de ódio mútuo, acaba numa bela amizade. Os dois atores souberam transparecer a química um do outro, conferindo assim um caráter mais interessante à sua história.
Já Hattie (Vanessa Kirby) acaba por ser uma lufada de ar fresco que vem personificar a força feminina. Determinada e inteligente, a personagem é o exemplo da liderança, ao guiar, muitas das vezes, o curso da ação. A relação que desenvolve com Hobbs é explorada de forma leve por entre toda a confusão que ocorre nas suas vidas, o que a torna natural e genuína. No entanto, chegamos ao fim sem a certeza se estes a vão explorar.
Com um enredo de fácil compreensão, a problemática de Velocidade Furiosa: Hobbs & Shaw passa sobretudo pela falta de um fator dinâmico que possa gerar alguma emoção no espectador. Isto é ainda acentuado pelo facto deste filme ser longo, com mais de duas horas.
Título Original: Fast & Furious Presents: Hobbs & Shaw
Direção: David Leitch
Argumento: Chris Morgan, Drew Pearce
Elenco: Dwayne Johnson, Jason Statham, Vanessa Kirby
EUA
2019