A primeira edição do festival contou com a presença de Carolina Deslandes, Gavin James e Calum Scott.
No passado sábado, dia 14, concretizou-se a primeira edição do festival Dream Music Fest no Altice Fórum Braga. Carolina Deslandes, Gavin James e Calum Scott, nunca antes juntos, levaram a cidade de Braga ao estado de sonho com atuações líricas e histórias intimistas.
Carolina Deslandes abriu o festival pelas 21h e afirmou de imediato: “É com muito prazer que sou a artista portuguesa a pisar o palco, esta noite!”. Num dos últimos concertos da tour “Casa”, homónima ao mais recente álbum, principiou com temas mais antigos, nomeadamente “Mountains”.
Desde cedo se apaixonou pela energia incrível partilhada no festival e confessou que a música que faz “é para vocês e tem muito mais piada vivê-la convosco”. Ao fundo, disposta a mobília de uma sala de estar. A artista convidou o público a entrar em “Casa” com “A Miúda Gosta“.
De seguida, cantou “Aleluia” e descreveu-o como um “obrigada à vida”, tendo composto a canção dois dias antes de entregar o disco. O tema é um marco na sua lista de aprendizagens: “passamos tanto tempo a desejar coisas que não temos, que nos esquecemos do que já é nosso para cuidar”, tornando-o num símbolo de gratidão por tudo o que conquistou.
A poesia de Carolina ecoava pelo fórum à medida que a sua voz oscilava entre o registo suave e o supérfluo, que tanto embalava os presentes como os convidava a celebrar a música. Temas como “Adeus Amor Adeus” e “Coisa Mais Linda” também estiveram presentes, bem como algumas covers, nomeadamente “Someone You Love” de Lewis Cappaldi, “Use Somebody” dos Kings of Leon e “Fix You“, dos Coldplay.
Ao apresentar o single de platina, “Avião de Papel“, confiou ao público um dos maiores sonhos de menina: fazer um dueto com Rui Veloso. “Quando era mais nova, fiz muitos duetos com ele. Ele é que não sabia”, dizia.
A setlist incluiu ainda “Heaven“, uma música pela qual guarda muito carinho e que carrega um significado muito particular. “No dia em que o meu avô morreu, parecia que todos sabiam a palavra a dizer, todos tinham discursos preparados. Eu só consegui falar através desta música.” Numa sala iluminada a lanternas de telemóvel, a plateia assemelhou-se a um céu estrelado, em honra do avô de Carolina que, como conta “foi aquele que me disse para desistir do curso em que eu estava e seguir música”.
Não conseguiu deixar de parte “Circo de Feras“, um original dos Xutos & Pontapés onde se refugiava quando era mais nova. “A minha mãe dizia que isto era como um hino para mim, imaginem!”, dizia, entre gargalhadas.
Agradeceu várias vezes a “vibe incrível” que no Altice se fez sentir, evidenciado que “sempre que se vem ao norte do país, a casa pega fogo!”.
A última música foi a tão esperada e conhecida “A Vida Toda“, que compôs numa altura em que não tinha qualquer concerto marcado, à vontade financeiro ou intuito comercial. Com esta canção, tornou-se a compositora mais jovem a ganhar um globo de ouro e fechou “uma das melhores noites da tournée” garantindo que “a nossa geração veio causar estragos, mas também veio fazer história”. Juntou-se à plateia num dos momentos mais calorosos da noite, enquanto ouvia o tema a ser cantado por centenas de pessoas à capella. Correu e rodopiou pelo recinto enquanto dava a mão aos fãs, e abriu espaço para as seguintes atuações com um “obrigada por serem incríveis, Braga!”.
O cantor-compositor Gavin James foi a segunda atuação da noite. Mal pisou o palco, já a festa tinha começado, com confetis e uma energia que só se provou maior no decorrer da performance.
Principiou com os temas “Glow” e “Faces“, afirmando a sua entrega ao canto acompanhado pelas cordas de uma guitarra. O artista irlandês, que marcou presença em Lisboa no início do ano e no festival NOS Alive, celebrou o primeiro show em Braga e agradeceu a imensa amabilidade do público.
Tímido e envergonhado, confessou ter escrito no pulso uma expressão portuguesa. A medo e com um sotaque simpático, pediu ao público “cantem comigo”. Convidou a plateia a entoar as vocals para “The Middle” e “Coming Home“. As luzes laranja e púrpura convergiam para a silhueta de Gavin num momento intimista e cuidado.
Tocava a guitarra como se desafiasse todos os presentes a juntarem-se a ele para viverem e celebrarem o sentimento que traz na lírica. “Only Ticket Home” foi, antes da despedida, som de fundo para um sonho compartilhado por todos os presentes. Quando chegou a vez de “Always“, a plateia reagiu, eufórica, acompanhando a voz de Gavin que, maravilhado, partilhou: “Mal posso esperar por voltar!”.
Calum Scott entrou em palco pouco depois das doze badaladas com “Stop Myself (Only Human)” e uma energia contagiante comum a toda a plateia. Após uma espera cada vez mais impaciente, o cantor-compositor inglês trouxe consigo uma mensagem de coragem e perseverança.
Além de uma cover de “Thinking Out Loud” de Ed Sheeran e de “Dancing On My Own” de Robyn, pela qual ficou conhecido dada a sua participação no Britain’s Got Talent, cantou ainda “Rythm Inside“.
Após uma parte em acústico, Calum decidiu tocar alguns temas do segundo álbum, inspirado em “paixões e desamores”, explicou. Pediu ainda que ouvissem a música seguinte “sem dançar”.
Num momento inédito, partilhou pela primeira vez ao vivo o tema “The Rain“, em tom de confissão e entrega, acrescentando ainda “Vocês não sabem o quanto vos amo, pessoal! Estou a tremer”, emocionado.
Rendeu-se à cidade bracarense em lágrimas aquando de “No Matter What” e agradeceu, maravilhado, ao público que o fez “sentir bem-vindo de uma maneira que muito poucos conseguiram”.
Por fim, celebrou “You Are The Reason” em conjunto com centenas de pessoas em êxtase e numa energia mútua e calorosa, fazendo esquecer a noite fria lá fora.