Estreou a 5 de dezembro aquele que prometia ser o novo clássico da época natalícia. Last Christmas conta com a eterna mãe dos dragões, Emilia Clarke, e Henry Golding como protagonistas.

O filme apresenta a história de Kate (Emilia), que após sobreviver a um grave problema de saúde, perde a alegria que tanto a caracterizava. O seu trabalho enquanto elfo numa loja de Natal também a faz sentir cada vez mais inútil e fracassada. Tem dificuldade em reajustar-se ao dia a dia e às expectativas que ela própria e os outros projetam em si.

Last Christmas

Na época de Natal, em que a magia acontece, acreditar é o lema. É então que a jovem conhece Tom (Henry). Este irá ajudá-la a encontrar a beleza na vida novamente: conhece-se uma Kate doce, prestável e radiante, que parece ter encontrado o seu lugar no mundo.

Last Christmas é o cliché de uma comédia romântica. Não é ao acaso que a longa-metragem tem como título um dos temas mais tocados na quadra natalícia. A música de Wham! percorre o filme realizado por Paul Feig (Armadas e Perigosas) e com argumento de Emma Thompson e Greg Wise. Além disso, há que ter em consideração que envolve a diversidade étnica e de nacionalidades, num resultado muito consciente daquilo que se vive em Londres no século XXI.

Last Christmas

Kate é uma típica cidadã londrina das comédias românticas. Faz quase lembrar Bridget Jones (talvez um pouco mais acentuada) e, apesar de todos os defeitos, o espectador vê-se praticamente a torcer por ela de forma imediata. O foco está evidentemente nesta personagem, que Clarke segura com garra. Um papel que não é fácil, por Kate não ser a protagonista com as características mais evidentes. Inicialmente egoísta, avança, como não podia deixar de ser, num rumo de redenção. A protagonista tem ainda uma enorme presença de espírito e é extremamente bem construída. Parece permitir-nos senti-la de corpo e alma. Tom, ao contrário, é um mero cliché, o que é pena.

O trabalho é caracterizado por elementos tanto positivos como negativos. Procura ser irreverente e acrescentar algo mais, mas não o consegue concretizar. Um filme desta quadra tinha tudo para ser impecável. Emilia Clarke parece ter nascido para este registo; a fotografia e os cenários repletos de luzes aconchegam o espectador. Contudo, torna-se incoerente e incapaz de se tornar um clássico natalício. Já para não mencionar o absurdo plot twist, uma reinterpretação de um dos temas clássicos natalícios.

Last Christmas pinta ser algo que apareceu sem encanto e só porque sim, para se dizer que se fez um filme de Natal. Ainda assim, oportunidades perdidas à parte, é capaz de entreter e até mesmo divertir, sem esquecer a banda sonora de Wham!, que o acompanha e se torna um ponto crucial.