O estudante de Direito apela ao voto geral “depois de uma reflexão acerca daquelas que são as propostas dos candidatos”.

Luís Nuno Silva, presidente da Comissão Eleitoral, não se demonstra muito confiante em relação à possibilidade de diminuição dos níveis de abstenção nas eleições da próxima terça-feira, dia 3 de Dezembro. O aluno de Direito afirma até que acreditar que o voto eletrónico, medida que não vai ser ainda implementada este ano, resultaria num menor número de abstencionistas, se trata de um “exercício de futurologia ou de adivinhação”.

A Comissão Eleitoral pretende honrar o compromisso que tem para com a Universidade do Minho e os Estudantes. O presidente garante que se fez os possíveis para que “sejam umas eleições informadas” e que “decorram da forma mais calma possível”.

Luís Nuno Silva

Diana Carvalho/ComUM

ComUM: O nível de abstenção tem sido elevado. Como pensa que se pode solucionar este problema e fomentar maior interesse nos estudantes?

Luís Nuno Silva: Eu creio que a melhor forma de combater a abstenção é organizar a campanha para que seja mais informada e esclarecedora. Acho que, dentro daquilo que é possível ser feito pela comissão eleitoral, iniciativas como aquelas que temos tido, de sessões de esclarecimento, de dar uma plataforma aos candidatos para se darem a conhecer, para exporem os motivos da sua candidatura e para explicarem aos alunos quais é que são as suas linhas programáticas para o próximo ano. Eu acho que são sobretudo esses mecanismos que possibilitam combater o fenómeno da abstenção, sobretudo tendo em conta que tivemos entraves no que toca à implementação do voto eletrónico e tendo em conta que essa possibilidade não vai avançar já este ano…. Aquilo que podemos fazer no campo do combate à abstenção passa muito por promover essa troca de ideias, para aproximar os estudantes daquelas que são as propostas que os candidatos têm para a Associação Académica.

ComUM: Então o voto eletrónico não vai ser implementado este ano?

Luís Nuno Silva: Não. Nós, da parte da Comissão Eleitoral, fizemos todas as diligências possíveis junto da Reitoria e junto dos atuais órgãos da Associação Académica, no sentido de perceber se essa poderia ser uma medida implementada já este ano. Aliás, na Reunião Geral de Alunos, quando apresentei a proposta de regimento eleitoral, consagrava-se qualquer uma das duas alternativas, quer a de voto eletrónico, quer a de voto dito tradicional. Infelizmente, mantivemos contacto com a Reitoria e fizemos tudo o que estava ao nosso alcance, mas não conseguimos garantir que, de facto, estivessem reunidas as condições necessárias para avançar com o voto eletrónico já este ano. Apesar de tudo, e tendo em conta a experiência anterior do Conselho Geral, acredito que seja uma coisa que, no próximo ano ou num futuro não muito longínquo, será possível ser implementado.

ComUM: E esse será um fator para a diminuição da abstenção?

Luís Nuno Silva: Eu tenho algumas reservas quanto aos resultados que possa ter no combate à abstenção. Eu quero acreditar que a principal vantagem do voto eletrónico resida no facto de permitir que alunos sem mobilidade, de mestrado, de doutoramento, ou que trabalhem no dia das eleições, possam exercer o seu direito de voto, pelo menos sem o transtorno de se deslocarem cá. Se isso ia resultar ou não na diminuição da abstenção, acho que é um exercício de futurologia ou de adivinhação. Agora, tendo em conta que era uma vontade, parece-nos, comum da maior parte dos estudantes, era uma coisa que nós gostávamos de ter feito. Infelizmente, não sendo possível, estamos a fazer tudo ao nosso alcance para garantir que, ainda assim, sejam eleições participadas.

ComUM: Nesta semana de campanha, realizaram-se sessões abertas tanto no Campus de Gualtar como no Campus de Azurém. Porque motivo não houve qualquer sessão no Campus de Couros?

Luís Nuno Silva: Tendo em conta que não havia, este ano, mais do que um candidato, e tendo em conta que não havia qualquer tipo de experiência passada no que toca a campanhas de lista única à direção, nós quisemos fazer um pequeno teste. Uma coisa que pudesse ficar para os próximos anos, no sentido de perceber de que forma é que podemos dar voz aos candidatos e de que forma é que eles se podem aproximar dos estudantes quando não há debates eleitorais dinamizados. Assim sendo, optamos por realizar estas duas sessões de esclarecimento. Efetivamente, realizamos uma em Azurém e outra em Gualtar, por serem pólos agregadores de um maior número de estudantes. E mesmo na sessão que já tivemos em Azurém, a participação não foi muita. Portanto, quero acreditar que no futuro, no próximo ano ou nos próximos anos, se estas sessões de esclarecimento forem uma coisa para continuar a acontecer, tenham uma maior participação por parte dos estudantes. Então aí acho que é possível equacionar e realizá-la no Campus de Couros, ou até no Edifício dos Congregados, e descentralizá-las um pouco destes dois campi principais. Mas, tendo em conta que a realidade expectável era a de uma fraca adesão, optamos por realizar a sessão só nestes dois campi.

ComUM: Quais são as principais expectativas para este ano?

Luís Nuno Silva: Eu acho que a principal expectativa é que seja uma eleição sem grandes problemas, não tumultuosa. É óbvio que eu gostaria de prometer que vamos baixar o número da abstenção, mas não é algo que eu possa fazer. Portanto, o que nós estamos a fazer é promover iniciativas que possam resultar num menor número de abstencionistas e, depois, que haja uma campanha de esclarecimento aos estudantes, para que estes efetivamente possam votar depois de uma reflexão acerca daquelas que são as propostas dos candidatos. Portanto, espero, sobretudo, que seja uma eleição satisfatória e que seja nos princípios da democraticidade.

ComUM: A que se compromete a comissão eleitoral nestas eleições?

Luís Nuno Silva: Comprometemo-nos a honrar o compromisso que estabelecemos com os estudantes e com a academia. Fazer com que sejam umas eleições informadas, umas eleições que possam ter reflexo naquilo que são os interesses dos estudantes, e que sejam umas eleições que decorram então da forma mais calma possível.

E nada mais senão apenas fazer um apelo geral ao voto e um apelo aos estudantes para que, de facto, no próximo dia 3 se desloquem até às urnas.

Diana Carvalho e Mariana Guerreiro