Carlos do Carmo é um dos nomes incontornáveis do fado e da música portuguesa. O cantor completa este sábado 80 primaveras. 

O fadista terminou no mês de novembro a digressão “Carlos do Carmo: Obrigado!”, que marcou o fim dos concertos do ícone musical. Esta digressão passou pelo Theatro Circo, Coliseu do Porto e Coliseu dos Recreios. 

O jovem, cuja carreira começou na casa de fados do pai, conta com um percurso recheado de prémios e merecidas homenagens. Com carreira a começar em 1964, Carlos tornou-se rapidamente um nome importante na música nacional, com concertos por todo o país e, mais tarde, no estrangeiro, no Brasil, Canadá e França. Foram, no entanto, os concertos no Olympia de Paris que deram a visibilidade internacional ao fadista e permitiram que se afirmasse além-fronteiras. 

Um dos seus incontornáveis álbuns é, certamente, Um Homem Na Cidade, que conta com os poemas de Ary dos Santos e com músicas de nomes como Paulo de Carvalho ou Victorino de Almeida. É deste disco que sai, além de outros êxitos, aquela que é tida como a música-referência de Carlos do Carmo e um hino à capital: Lisboa, Menina e Moça 

O músico chegou a aliar os seus dotes vocais aos dotes criativos de José Saramago, António Lobo Antunes ou Vasco Graça de Moura, produzindo músicas de excelente qualidade e que mostram o nível de artista que Carlos do Carmo é.  

Mais recentemente, o cantor tem procurado colaborações com outros músicos portugueses. O jovem fadista Marco Rodrigues é um deles. No entanto, o que mais surpreende é  certamente a quase colaboração com Sam The Kid. Quando o rapper alcançou o sucesso, Carlos do Carmo tentou um trabalho conjunto com o músico de Chelas, segundo revelou Sam The Kid ao público.  

Ao fim de mais de meio século de carreira, Carlos do Carmo termina as suas atuações em palco, mas promete continuar a cantar, deixando antever projetos futuros.