Halsey lançou esta sexta-feira, 17 de janeiro, o seu terceiro e mais íntimo álbum Manic. No novo projeto, a artista procura afastar-se do Pop convencional ao adotar vertentes mais ligadas ao Hip-Hop, Pop-Rock, R&B e Country.
A cantora estadunidense capta a atenção de todos pelos seus vocais que se distinguem do resto. Manic não é exceção e, no tom arrojado a que já nos habituou, aborda sobretudo o mundo real, a luta por um lugar nele e as inseguranças.
É notório o amadurecimento lírico da artista a partir do momento em que se ouve a primeira faixa do álbum. A compilação é dona de letras honestas em que Halsey coloca a realidade em cada parte: não aborda somente relações fracassadas, mas sim problemas que a própria e muitas pessoas enfrentam.
Seis das faixas do projeto já tinham sido divulgadas. “Without Me”, por exemplo, foi lançada em 2018 e atingiu o topo da Billboard Hot 100, o que fez deste um dos álbuns mais aguardados pelos críticos.
“Ashley” é o verdadeiro nome de Halsey e a faixa que abre o álbum. Há que destacar todo o trabalho realizado em torno da voz da artista. Em primeiro plano, sufocadas ou num tom nostálgico, os vocais engrandecem o tema. Curiosamente, termina com uma citação do filme O Despertar da Mente.
Segue-se “Clementine”, nome de uma personagem do filme referido anteriormente e, por isso, facilmente se relaciona com a canção anterior. Completa a ideia de conflito na vida artística da cantora.
“Graveyard”, lançada o ano passado, tem uma vertente Eletro. Liricamente, traz a intensidade em relação ao amor, tal como “More”. Esta última evidencia, mais uma vez, os vocais da artista. Ainda sobre relacionamentos, temos a faixa “You Should Be Sad”. Abre com cordas e estas vão-se dissipando com as harmonias e com os vocais, ao emergir um lado mais Eletrónico.
“Forever”, quinta faixa do álbum, assemelha-se aos álbuns anteriores devido à melancolia vinculada pelo piano. Já “Finally” é uma espécie de balada e uma das faixas mais bonitas do álbum, na medida em que revela o potencial da voz de Halsey através da suavidade da melodia.
Completamente diferentes das restantes faixas, “3am” e “Killing Boys” trazem a percussão em maior evidência. “I Hate Everybody” é acompanhada pela revolta na letra. Não há muitos artificialismos em torno da voz, a simplicidade é o ponto chave.
Manic conta com três colaborações improváveis, mas que acabam por funcionar extremamente bem. Em “SUGA”, o Hip-Hop do membro dos BTS contrasta com o tom melancólico da voz de Halsey, que acaba por sobressair. “Dominic’s”, com Dominic Fike, é o tema mais curto do álbum e “Alanis’” (Alanis Morissette) lembra o Pop Emo.
Por fim, “Still Learning” e “929” são a chave de ouro do novo trabalho. Liricamente, ambas carregam uma vertente mais pessoal. A voz da artista, as harmonias, a letra simples, a produção do som e o ritmo são os ingredientes chave em toda a produção.
Halsey é considerada uma das artistas mais fortes do momento, com expectativa de muitos sucessos pela frente. Em Manic mostra que o importante na música é contar a verdade. Acima de tudo, é um álbum que vive pelo poder que é dado à voz da artista.
É um trabalho equilibrado, bastante coeso e capaz de cativar. Uma proposta diferente e mais madura que é, claramente, prova do brilho da artista.