A animação francesa I Lost My Body, nomeada para o Óscar de Melhor Filme de Animação, conta a história de Naoufel e da sua mão amputada que procura por ele nas ruas de Paris. Durante o filme, temos uma retrospetiva da vida do protagonista até ao momento em que perdeu esta parte do seu corpo.

Tanto a mão como Naoufel mostram ser personagens separadas durante a maior parte do tempo. Existe um grande foco no tato do protagonista ao longo da sua vida, onde se revela um clima nostálgico para a mão, enquanto passa por imensos desafios à procura do seu dono.

I Lost My Body

Uma animação excelente. A longa-metragem consegue estabelecer o sentimento nostálgico e rural na qual a história se estabelece. Retira-nos das populares animações de imagens geradas a computador e traz consigo um estilo que parece ser feito à mão. Por muito, talvez a narrativa se estabeleça nessa mesma premissa de como as animações atuais perderam a mão e apenas se focam em softwares.

Apesar disso, o desenvolvimento de I Lost My Body não chega a cativar. Podemos encontrar-nos muitas vezes perdidos no meio dela e não existe um clímax satisfatório que justifique a nossa visualização. Assim, o filme começa a pecar de forma grosseira, o que não pode ser ignorado.

I Lost My Body

As vozes para a animação foram executadas de forma excelente. Nenhuma personagem se encontra com uma voz mal colocada, o que permite ao espetador perder-se na realidade do trabalho. Destaque para a voz de Patrick d’Assumçao como Gigi. O ator consegue credibilizar o carpinteiro idoso rapidamente, graças à sua interpretação.

Em suma, I Lost My Bosy mostra o melhor da animação tradicional, estabelecida num ambiente de nostalgia e da vida francesa por detrás dos croissants. A premissa é ótima, mas rapidamente cai por ser mal desenvolvida e não ser forte o suficiente para captar a atenção do espectador. É, sem dúvida, ótimo para admirar o trabalho de animação e de produção, porém não é uma longa-metragem que nos coloque na pele das personagens e da sua história.