Jojo Rabbit tem a sua data de estreia em Portugal marcada para dia 30 de janeiro. A longa-metragem é uma adaptação da novela de Christine Leunens, Caging Skies. Apesar de ter como tema um dos momentos mais negros da história, o conto é apresentado de uma forma deliciosamente cómica.
O filme, dirigido por Taika Waititi, fala de um rapaz alemão em plena Segunda Guerra Mundial, Johannes Betzler. Com apenas dez anos, Jojo é um dos maiores admiradores do líder nazi, Adolf Hitler. O seu mundo vira-se de pernas para o ar quando descobre que os seus pais são simpatizantes da resistência.
A produção começa com uma sequência de cenas que nos preparam para o resto da metragem. Inicialmente, o protagonista é levado para um “campo de férias” que pretende prepará-lo para a Guerra. Tudo se torna ligeiramente confuso para o jovem quando este se começa a questionar sobre o seu amor por matar. Quando Jojo se recusa a partir o pescoço de um coelho, os outros futuros nazis dão-lhe a alcunha de “Rabbit”. Numa tentativa de provar a sua virilidade e vontade de servir Hitler, o rapaz decide então cometer uma loucura que resulta num acidente. Isto impede-o de servir a Alemanha no campo de batalha.
Quando Jojo Rabbit (Roman Griffin Davis) volta a casa, o espectador conhece a sua mãe, Rosie Betzler (Scarlett Johansson), uma mulher que, inicialmente, parece desamparada, uma vez que o seu marido se encontra na guerra. Porém, rapidamente se percebe que Rosie é uma mulher decidida e forte. Isto é sublinhado quando o filho descobre uma jovem judia escondida num quarto vazio da casa. Tudo começa a fazer sentido, os pais do mais recente nazi são, na realidade, salvadores de judeus.
O protagonista começa a perceber que todas as mentiras que lhe contaram sobre os judeus talvez sejam apenas isso: mentiras. A reviravolta é extremamente marcante, tanto para Jojo, como para as restantes personagens, que são lenta e indiretamente influenciadas pela nova descoberta. A mãe vê na mudança de comportamento do filho uma esperança, os nazis com cargos superiores vêem neste mesmo aspeto uma outra perspetiva e os amigos da idade da personagem principal revêm-se nestas novas conclusões tiradas por ele.
Conforme a Guerra avança e a Alemanha começa a ver o seu poder a diminuir, vemos a dinâmica da trama mudar também. Altos e baixos na motivação emocional de Jojo fazem-se sentir na mudança do humor utilizado pelos restantes participantes do filme. No entanto, há alguns que se mantêm constantes, independentemente da circunstância, o que mantém o tema cómico. O melhor amigo imaginário do jovem, Adolf Hitler (interpretado pelo próprio diretor, Taika Waititi) e a Fraulein Rham (Rebel Wilson) são exemplos de personagens que acalmam a pressão de uma guerra mortal eminente ao longo do trabalho.
Em termos técnicos, a imagem e fotografia de Jojo Rabbit são impecáveis. Planos incríveis são constantes no decorrer no enredo. O guarda-roupa representa com excelência os trajes próprios da época. Mesmo sem foco nos figurantes, a própria personagem de Scarlett Johansson e os militantes do Partido Nazi parecem retirados diretamente de uma revista de moda alemã dos anos 40 ou de um livro de história, respetivamente.
Relativamente à performance dos atores, é tudo o que se espera de um elenco tão conceituado. Mesmo Roman Griffin Davis se mostra extremamente capaz de brilhar ao lado de atores tão experientes.
Jojo Rabbit destaca-se, então, como uma produção que encara um tema pesado de forma leve e agradável. O filme está nomeado em seis categorias dos respeitados Óscares, entre eles a de Melhor Filme. Scarlett Johansson está nomeada para Melhor Atriz Secundária.
Título Original: Jojo Rabbit
Direção: Taika Waititi
Argumento: Taika Waititi
Elenco: Roman Griffin Davis, Scarlett Johansson, Thomasin McKenzie
EUA
2019