Sob consultoria da Associação de Psicologia da Universidade do Minho, esta edição das Jornadas projeta a psicologia para o futuro.

Segundo José Keating, professor na UMinho, “os problemas da ciência e da psicologia básica e social” foram pano de fundo para as Jornadas de Ciência Psicológica Básica organizadas pela Escola de Psicologia da UMinho. Esta sexta-feira realizou-se a conferência “O Futuro da Psicologia Social na Universidade Portuguesa” dirigida por Leonel Garcia Marques, no Campus de Gualtar. Contou com a presença de José Keating e Joana Coutinho da Escola de Psicologia.

Na conferência de Leonel Garcia Marques foi discutido o futuro da psicologia social na universidade portuguesa. O conferencista da Universidade de Lisboa contextualizou, num primeiro momento, a evolução da psicologia e sua progressiva instalação enquanto disciplina científica. Já num cenário mais negro, elenca alguns “obstáculos ao seu progresso” os quais servem de mote da sessão.

Questões como “a massificação da ciência” associada à desvalorização da sua “qualidade”, bem como a demarcação entre ciência e pseudociência foram alvo de debate. Joana Coutinho comenta inclusive que “o sistema científico chega a ser anedótico na distinção débil que faz entre o que é e o que não é ciência”. José Keating acrescenta que isto tem a ver com a dificuldade “em pensarmos cientificamente” considerando que “não somos, por defeito cientistas.

Leonel Marques faz, ainda, referência a uma série de “atributos desejáveis para uma psicologia social do futuro”. Aponta a urgência em melhorar os incentivos à área da psicologia que “ devem promover a qualidade e não a quantidade”, quando se refere ao processo científico. Incentivos estes que estão, no presente, apoiados numa “estrutura malévola que constitui um problema grave”.