A Secretária de Estado da Cultura, Ângela Ferreira, garantiu, na Assembleia da República, que os dirigentes responsáveis pela manutenção da Fábrica Confiança estão cientes da necessidade de conservação de valores na manutenção do edifício.
Esta segunda-feira, na audição parlamentar à Ministra da Cultura, o gabinete de Graça Fonseca foi alvo de uma série de perguntas por parte da deputada do BE, Alexandra Vieira. A bloquista inquiriu sobre as razões que orientaram o Ministério da Cultura a “autorizar um caso de especulação imobiliária pondo em causa o único exemplar da memória industrial de Braga”. A incoerência do Ministério foi também assunto, denunciando a entidade de “por um lado classificar” e “por outro autorizar ações que destroem o bem patrimonial”.
Foi a secretária de Estado da Cultura, Ângela Ferreira, que respondeu à deputada eleita pelo distrito de Braga. Assinalou que a solução final encontrada pela Câmara Municipal de Braga relativa à antiga Fábrica Confiança através da alienação, não tem oposição das entidades que acompanham estes procedimentos.
“O PIP da CMB teve parecer favorável, o edifício da Fábrica contará com um núcleo museológico onde se fará a preservação da história e da identidade da Fábrica Confiança. O edifício antigo será alvo de restauro e servirá para fins culturais”, declarou Ângela Ferreira. A secretária de Estado da Cultura assegurou ainda que “as entidades com tutela no acompanhamento destes procedimentos estão cientes e conscientes dos valores que são necessários preservar”, admitindo a construção de um edifício novo para residências de estudantes.
De recordar que a solução proposta por Ricardo Rio, presidente da Câmara Municipal de Braga. de tornar o edifício numa residência universitária gerou várias críticas. Neste sentido, Alexandra Vieira responsabilizou o Ministério da Cultura de “não proteger o património coletivo”.