Há quase 25 anos os Delfins lançaram aquele que se tornou o seu maior sucesso: O Caminho Para A Felicidade. Com assinalável êxito na década de 80, a banda fez deste projeto catapulta para o alcance do estatuto de um dos maiores grupos do Rock nacional.

Composto por 16 faixas, O Caminho Para A Felicidade é um disco bem ao estilo dos Delfins: fresco, leve e extremamente agradável ao ouvido. Da voz de Miguel Ângelo surgem hits inigualáveis, como “Sou Como Um Rio”, “1 Lugar Ao Sol”, “Aquele Inverno” ou “A Baía De Cascais” (terra natal do grupo). Deste álbum muitas são as músicas que ainda hoje todos sabemos de cor.

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“Sou Como Um Rio”  é a segunda faixa do disco e é uma daquelas que miúdos e graúdos sabem de trás para a frente. O teledisco centra a ação no Rio de Janeiro, acompanhando uma jovem e os membros da banda numa viagem pela cidade. Enquanto passeiam em Copacabana, no Cristo Redentor ou no Pão de Açúcar, a jovem é motivo de destaque, sendo ela o destinatário do sentido apaixonado da letra da música. O amor acaba mesmo por ser um dos temas centrais da obra, sendo focado em várias músicas.

“A Baía De Cascais” é certamente uma das mais famosas canções dos Delfins. Trata-se de uma homenagem à terra onde foi formada a banda em 1981. Esta música é reconhecida facilmente pelos solos de harmónica que tomam ligar ao fim dos dois últimos refrões, dando uma sonoridade totalmente nova ao álbum. Aliada a isto está a letra nostálgica e a performance notável do vocalista do grupo, bem como uma bassline memorável e característica.

Está neste álbum aquela que se tornou num dos símbolos do Rock português: “Aquele Inverno” é um hino em honra daqueles que estiveram (e aos que não voltaram) no Ultramar. O incomparável trabalho de Fernando Cunha na guitarra e a letra emocionante fazem desta música um dos mais belos trabalhos artísticos da música portuguesa. O teledisco conta com imagens do filme “Um Adeus Português” de João Botelho onde é exposto o sofrimento daqueles que, portugueses ou não, viveram “aquele Inferno” ultramarino que parecia “nunca ter um fim”.

Assumindo-se como uma música que apela à liberdade individual, “A Marcha Dos Desalinhados” serve de bandeira à população juvenil. Sempre irreverentes, os jovens lusos adotaram esta canção como um dos seus hinos.

Não só esta, mas também “Bandeira” e “Nasce Selvagem “ são obras com as quais os jovens mais se identificam, abordando a irreverência e independência. Este tipo de música definiu o Rock nacional que sempre se mostrou jovem e apelativo à revolta, desde os Delfins até aos Heróis do Mar, passando por Rui Veloso e Sétima Legião.

Sendo o álbum-maior dos Delfins, O Caminho Da Felicidade é um dos principais projetos musicais portugueses. Foi a confirmação da grandeza de um grupo que ainda hoje é reconhecido como um dos mais importantes da afirmação do Rock em solo lusitano.