Crime, disse o livro, ou Magpie Murders, é um policial de Anthony Horowitz, lançado em Setembro de 2019. A obra, de leitura acessível, presta uma homenagem aos clássicos do género policial, mas com uma estrutura mais moderna.

Susan Ryeland começa a ler o manuscrito de um autor de sucesso da editora na qual trabalha. No entanto, a estória acaba abruptamente mesmo no momento em que ia descobrir quem era o assassino. A mulher vê-se, portanto, obrigada a procurar os capítulos perdidos, o que abre caminho a que a obra de Horowitz seja um “livro dentro de um livro”. De facto, só isto já parece um bom mote, mas a genialidade do policial não fica por este aspeto.

Anthony Horowitz

DR

A linguagem eloquente, mas não exagerada, permite uma leitura fluente, o que ajuda bastante a que não consigamos largar o livro. Confesso que no início estava um pouco receosa face à obra. Sou fã de policiais clássicos e nem tanto da estrutura mais moderna do género. Contudo, as personagens cativantes, o argumento expectante, o cruzamento de enredos, o binómio ficção-realidade e o toque de Agatha Christie tornam Crime, disse o livro mais do que só mais um.

Sublinhe-se a descrição, não propriamente das personagens, mas das situações e de características de suspeitos. Devo admitir que me Anthony Horowitz me encorajou a ler mais alguns policiais recentes. Se não for lido com atenção, inicialmente, é possível que demoremos a entrar no ritmo de troca de ficção e realidade. Contudo, quando nos habituamos, é difícil largar a leitura.