O prémio de 15 mil euros irá permitir o desenvolvimento de uma terapia alternativa a antibióticos.
Diana Priscila Pires, investigadora do Centro de Engenharia Biológica (CEB) da Universidade do Minho, acaba de receber a Medalha de Honra L’Oreal Portugal para as Mulheres na Ciência, em Lisboa. A cientista pretende melhorar a eficácia da terapia fágica no combate à bactéria Pseudomonas aeruginosa, caracterizada por ser bastante resistente a antibióticos.
O prémio de 15 mil euros é atribuído pela L’Oreal Portugal, pela Comissão Nacional da UNESCO e pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Em entrevista ao ComUM, a cientista afirma que o prémio permite que “siga para a frente com a ideia que já tinha em mente há algum tempo e que agora é possível concretizar”. “Já tinha este projeto em gaveta e agora, através deste dinheiro, vou conseguir prosseguir com essa ideia da investigação.”
O reconhecimento pretende incentivar investigadoras em Portugal, já doutoradas e até aos 35 anos, a prosseguirem estudos para a saúde e ambiente. Desta forma, pretende-se que as mulheres tenham um papel mais ativo nesta área. “Aqui em Portugal, o número de mulheres na ciência está acima da média europeia, no entanto, o problema maior é relativamente a posições de cargos superiores e direção. Aí é que já vemos alguma discrepância em relação aos homens”. “Obviamente que estes prémios são um grande incentivo nesse aspeto. Mas penso que estamos a caminho da igualdade”, declara Diana Pires.
Esta foi a primeira vez que a cientista concorreu ao prémio, e por isso, afirma ter sido algo que não estava à espera. “Foi mesmo inesperado, não estava a contar conseguir à primeira. Por isso, fiquei muito feliz.” A Universidade do Minho tem ganho este prémio há quatro anos consecutivos, com as investigações de Isabel Veiga (ICVS- Instituto de Investigação em Ciências da Vida e da Saúde), Margarida Fernandes (CEB e Centro de Física) e Joana Cabral (ICVS).
Em relação ao futuro, Diana Pires confessa que “gostaria muito de continuar nesta área de investigação da terapia fágica misturada com a biologia sintética”. Acredita que “pode fazer alguma diferença, uma vez que existe um problema crescente da resistência a antibióticos.”