Sem aviso prévio, Eminem lançou um novo álbum no passado dia 17 de janeiro, surpreendendo até os seguidores mais fiéis do rapper. Music to Be Murdered By parece marcar o regresso daquele que é considerado um dos maiores nomes do Rap a nível mundial.

Depois das picardias com numerosos músicos da indústria do Rap, Eminem volta a disparar em todas as direções. O projeto é composto por 20 poderosas faixas, bem ao estilo de Marshall Mathers. Conta com colaborações de artistas como Ed Sheeran, Juice WRLD ou Anderson Paak, que dão ao álbum uma vibe que contrasta com o estilo pesado do rapper norte-americano.

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“Unacommodating” toma um dos lugares de maior destaque, sendo também a faixa que mais controvérsia gerou. A música tem as características clássicas do rapper de Detroit: flow único e rimas poderosas. Cada palavra desta música é uma bala. Nem MGK – com quem Eminem teve um chamado “beef”- escapou de uma referência. Porém, a maior controvérsia reside na referência ao atentado em Manchester no concerto de Ariana Grande – “But I’m contemplating yelling “Bombs away” on the game / Like I’m outside of an Ariana Grande concert waiting”. Isto gerou uma onda de indignação generalizada que se espalhou até ao próprio Mayor de Manchester, que manifestou o seu desagrado.

Em “Darkness” Eminem cria algo semelhante ao clássico “Stan”, escrevendo sobre o massacre de Las Vegas em 2017 sob a perspetiva de Stephen Paddock, o atirador. Tal como “Stan”, a faixa tem uma grande carga emocional associada, não sendo, de todo, uma música fácil de ouvir. É dura e emocionalmente poderosa precisamente por mostrar o que vai na cabeça de um serial killer antes e durante um atentado. É mais uma música controversa.

Noutro esquema, “Those Kinda Nights” é uma das músicas mais cativantes. Conta com um verse brutal do artista americano e com um refrão de Ed Sheeran que nos prende. O britânico dá uma vibe mais descontraída e acaba por ser uma lufada de ar fresco neste álbum tão negro e pesado. Com cerca de três minutos de duração, esta faixa refere um caso típico de one night stand, um tema que se destaca no meio de músicas como “Darkness” ou “Unacommodating”, com significados muito mais sombrios.

“Godzilla” é um dos pontos altos deste álbum. Em colaboração com o falecido Juice WRLD, Eminem criou uma música poderosa. Tão poderosa que alcançou o terceiro lugar na Billboard Hot 100, algo que o artista não conseguia desde o lançamento de Killshot, em 2018. “Godzilla” marca ainda por ser a primeira obra póstuma do jovem rapper, falecido em dezembro. Uma das coisas que fazem com que esta faixa se distinga é a velocidade com que Mathers rima na parte final: em apenas 30 segundos, o músico diz um total de impressionantes 224 palavras, superando a média de palavras por segundo do seu hit “Rap God”.

Music To Be Murdered By foi uma bomba para mostrar que Eminem está vivo e bem vivo. Talvez 20 seja um número demasiado alargado para um álbum, mas o rapper faz com que não consigamos parar de o ouvir. Marshall Mathers está de volta – e esperamos que venha para ficar.