Fantasmas Interiores estreia no dia 12 de março em Portugal. Trata-se de um projeto com direção, produção e escrita do português Paulo Leite, que estreou no estrangeiro em 2018. No entanto, o filme chega a terras lusitanas com quase dois anos de atraso.

A longa-metragem apresenta Helen, uma médium que tem suprimido os seus dons desde a morte da sua filha. Quando a sua melhor amiga e mentora perde a luta contra o cancro, a protagonista vê-se obrigada a despertar o seu lado sobrenatural. No decorrer do enredo, a mulher junta-se a Elsa e Rachel, ambas com o mesmo dom de comunicar com o sobrenatural, no entanto, menos experientes que Helen.

Fantasmas Interiores

Simultaneamente, a médium é uma cientista que faz grande parte das suas descobertas a partir das conversas que tem com fantasmas. Assim, vê-se num limbo: grande conhecimento, mas impossibilidade de o partilhar com o mundo devido às fontes. Esta vida dupla torna-se complicada e marca o desenvolvimento da personagem ao longo do filme.

Em termos visuais, Fantasmas Interiores mantém um tom sombrio e sinistro, que está diretamente ligado ao desenvolvimento da ação. Os cenários e os ângulos de filmagem foram designados em perfeita união de modo a melhor promover o sentimento de instabilidade e insegurança no público.

Fantasmas Interiores

A prestação dos atores também é bastante positiva. O destaque vai para a protagonista Celia Williams, que dá vida a Helen. A caracterização de Ana Sofia Leite, que interpreta “The Hunter”, é um dos pontos altos do projeto. O pouco, ou nenhum, uso de pós-produção na alteração da imagem da atriz tornam os seus momentos muito mais marcantes.

Apesar de ter tudo a seu favor, Fantasmas Interiores parece não conseguir chegar à meta final. É verdade que parece propositado, no entanto, o estilo remete para os clássicos filmes de terror dos anos 70 e 80. Fica, por isso, aquém do contemporâneo. Não deixa, mesmo assim, de ser uma sessão positiva que mantém um charme característico do género cinematográfico que segue.