Gulliver convidou os membros da audiência a “navegar” por vários temas, tais como a dependência sobre os dispositivos electrónicos, aquecimento global e feminismo.

Braga foi consciencializada sobre as adversidades da nossa sociedade contemporânea com a adaptação da sátira de Jonathan Swift, concebida pelo circuito-serviço educativo Braga Media Artes. O espetáculo teve lugar no Theatro Circo, este sábado, dia 15 de fevereiro, e criou aproximações entre os diferentes elementos do público e as artes digitais.

O conto original tem como principal propósito a sátira à comunidade londrina. Ainda que feito há três séculos, os diferentes tópicos que abrange, como a ambição, guerra e injustiças, permanecem presentes nos nossos dias. Esta história tornou-se, por isso, uma referência na literatura internacional.

Na adaptação, o contexto e as personagens foram atualizadas. Neste âmbito, Gulliver não era um médico, mas sim um sistema de inteligência artificial e os acontecimentos não eram apenas vistos do ponto de vista masculino, sendo que uma das personagens afirma: “Pois é como com as mulheres, parece que não nos dão ouvidos”.

O ambiente do cenário era futurístico, tal como a roupa dos protagonistas revestidos de cores néon. Estes elementos complementaram as cenas de natureza sci-fi e deram origem a diversos comentários por parte do público.

Apesar do tom predominante ser o cómico, a peça é didática e, tal como foi referido ao longo do espetáculo, o “principal propósito era ensinar-te”.