Joaquim Pina Moura: o ativista, socialista e economista
Dirigente da União dos Estudantes Comunistas, filiado do Partido Comunista Português e “superministro” do Partido Socialista.
Joaquim Pina Moura faleceu esta quinta-feira, dia 20 de fevereiro, após ter uma presença histórica na esquerda portuguesa. Nasceu em 1952 em Loriga, descendente judaico que se licenciou em Economia na Universidade Técnica de Lisboa. O mesmo filiou-se ao Partido Comunista Português em 1972, começando aí sua caminha na política nacional.
Após os 25 de abril, Pina Moura dirigiu a União dos Estudantes Comunistas no Porto. Três anos depois trabalhou com Vítor Dias na Secção de Informação e Propaganda, saindo em 1987 para integrar a comissão de atividades económicas do PCP.
Embora tenha mostrado participação nos movimentos do partido, não hesitou em criticar as diversas estratégias que eram propostas. Em 1990, quando Carlos Carvalhas foi eleito secretário-geral do PCP, repreendeu a direção ‘marxista-leninista’ afirmando que a organização comunista tinha de “começar de novo”.
Saiu em 1991, quando discordou com a posição de Álvaro Cunhal quanto ao golpe de Estado contra Mikhail Gorbachev na URSS. Afastando-se tanto do partido, como de Cunhal, onde ambos tinham uma proximidade.
O ex-comunista juntou-se com outros que se encontravam na mesma posição que ele, levando à fundação da Plataforma de Esquerda em 1992, ganhando uma maior proximidade com o Partido Socialista, e nomeadamente António Guterres. “Teve uma vida de grande dedicação à causa pública, como eu próprio pude testemunhar durante anos de trabalho conjunto” diz António Guterres. O atual ministro das finanças, Mário Centeno, destaca o contributo do político para a “construção de uma democracia e o desenvolvimento do país”.
Veio então a integrar o PS em 1995, onde ocupou o cargo de Secretário de Estado Adjunto do Primeiro-Ministro. Isto até 1997, onde foi nomeado Ministro da Economia onde também acumulou a pasta das Finanças de 1999 até 2001, oferecendo-lhe o cognome de “superministro”.
A carreira política termina em 2007, assumindo a administração da Media Capital, antiga dona da TVI, como também o cargo de presidente da Iberdrola Portugal que já ocuparia quando ainda era deputado.