Patricia Barber foi a mulher do palco principal do Theatro Circo numa noite dedicada ao jazz.
A artista norte-americana atuou no Theatro Circo na noite do passado sábado, 1 de fevereiro. Um piano, um contrabaixo e uma bateria eram os instrumentos que pisavam o palco do auditório bracarense.
Patricia Barber sentada atrás do majestoso piano de cauda fazia-o sussurrar o puro jazz. Com a voz ora grave ora equiparada a de uma soprano, a pianista entoava murmúrios que falavam “principalmente de música”.
Os risos que por vezes a cantora emitia provinham, naturalmente, das ironias e trocadilhos que cantava nos temas. Numa sala tão grande, os dedilhados do contrabaixo, os toques na bateria e os sussurros que o piano emitia, por vezes interrompidos pelos poemas declamados por Barber, eram mais que suficientes para arrancar o aplauso, que nem sempre acontecia no final da música.
A sala escura e a luz do palco quente contribuíram para um ambiente ainda mais propício para a demonstração da arte de Patricia Barber. A compositora fez do cenário construído sua casa, onde partilhou temas com a alma, tal como pede o jazz.
Patricia Barber esteve no Theatro Circo, também, para apresentar o novo álbum. Higher reforça ainda mais como a compositora produz material eletrizante para a órbita do jazz. A letrista americana é conhecida pelas letras singulares e incisivas e a sofisticação harmónica na acústica. Em Braga, fez-se acompanhar por Larry Kohut no baixo acústico e Jon Deitemyer na percussão.