Carlos Paredes nascia há 95 anos com a Guitarra Portuguesa desenhada nas estrelas. Filho e neto de guitarristas, Carlos cresceu e viveu em volta da Guitarra Portuguesa.

Nasceu em Coimbra onde viveu até 1934, altura em que se mudou para a capital. A mãe era da equipa piano e chegou a inscrever Paredes em lições de piano e violino. Aquando da ida para Lisboa, Carlos abandonou as aulas de violino e dedicou-se inteiramente à guitarra sob orientação do pai.

Em 1949, em colaboração com o progenitor, participa num programa emitido, na altura, na Emissora Nacional. Ainda nesse ano junta-se à Juventude Musical Portuguesa e torna-se funcionário administrativo do Hospital de São José.

O homem dos mil dedos foi denunciado por um colega de trabalho à PIDE. O militante do Partido Comunista foi então feito preso político. Durante esse período continuou a compor e em 1962, já em liberdade, foi convidado a compor a banda sonora de Verdes Anos.

A sua obra, marcada por uma maneira única de tocar e viver o instrumento, é composta por álbuns, colaborações, EP’s e bandas sonoras de filmes. O primogénito, Guitarra Portuguesa, foi feito em colaboração com Fernando Alvim e captado em estúdio da editora Valentim de Carvalho por Hugo Ribeiro. Carlos jogou as cartas e mostrou que, apesar de ensinado pelo pai da tradição da guitarra de Coimbra, tinha um estilo próprio e irreverente de sentir as cordas.

Em 2004 faleceu. Com ele levou a paixão dos Paredes pela guitarra portuguesa mas em troca deixou uma marca profunda na cultura musical.