O objetivo incide na conclusão do lecionamento dos conteúdos programáticos. No entanto, as dúvidas sobre a equidade na educação e o formato de execução dos exames nacionais presistem.

O regresso à normalidade escolar está previsto para 13 de abril. No entanto, o retorno ao habitual dependerá da evolução do panorama epidémico. Alunos, pais e diretores questionam a execução dos exames nacionais, defendendo que o Governo deverá equacionar o adiamento das provas, que têm início marcado para 15 de junho. Até ao momento, escolas e universidades têm optado por alternativas às aulas não presenciais.

Segundo o jornal Público, José Martinho, presidente da associação de estudantes da Secundária Alberto Sampaio, defende a suspensão do calendário de exames até que se perceba o verdadeiro impacto da pandemia no ensino. Por sua vez, Carlos Mendes, presidente da Associação de Estudantes da Escola Secundária de Arouca, acredita que “a melhor solução seria adiar os exames para o Verão, para que os alunos possam recuperar o tempo em que agora não têm aulas presenciais.”

Equidade na Educação

Até ao momento, a aposta de superação das limitações do Covid-19 reside na utilização de plataformas online. Como por exemplo, a Porto Editora e a LeYa já disponibilizaram acesso gratuito às suas plataformas de ensino virtual.

No entanto, de acordo com o jornal Público, o presidente da Associação Nacional e Dirigentes Escolares, Manuel Pereira, garante que não há capacidade para estabelecer equidade na educação. “Nem todas as famílias têm um computador, telemóvel ou ligação à Internet para poderem manter o contacto com os professores”.

Consoante o Instituto Nacional de Estatística, mais de 5% dos agregados familiares com filhos até aos 15 anos não têm acesso à Internet em casa. Perante estes dados, várias escolas têm optado por disponibilizar material informático ou materiais de trabalho em papel, entregando-os nas portarias das escolas ou em juntas de freguesia.

Um problema que também afeta universitários

Igualmente, os estudantes universitários encontram-se divididos sobre o funcionamento das aulas online, acreditando que o sistema educacional não está preparado para acautelar os problemas educacionais que surtirão do Covid-19. “O nosso sistema de Ensino não estava nem está minimamente preparado para uma transição de aulas presenciais para vídeo-aulas.”

Até ao momento, foi criada uma petição para o “Fim Imediato de Todas as Atividades Letivas e Cancelamento das Propinas.” A proposta reside no adiamento das atividades letivas para o Verão ou, até mesmo, para setembro. Os estudantes que formularam a petição indicam que a sua necessidade surge de, após alguns dias de experiências, observarem “claramente que é um método insustentável para todos.”

Apontam, mais uma vez, que “nem todos os alunos têm acesso a computadores, smartphones ou Internet”, acrescentando que “estando impossibilitados de sair de casa, não existem alternativas possíveis.” Para além disso, questionam-se sobre os métodos encontrados para suportar as aulas práticas. “Um estudante de enfermagem que se encontre em estágio não pode aprender a pôr soro ou a fazer pensos online”, referem.