As dificuldades económicas e o receio de regresso a casa de familiares são algumas das razões para o isolamento estar a ser feito nas residências universitárias. A maioria dos alunos que estão nas residências fazem parte do programa Erasmus ou residem nas ilhas.
Mais de 500 estudantes universitários nacionais e estrangeiros estão a cumprir quarentena ou isolamento social voluntário devido ao surto da Covid-19 em residências universitárias no Norte do país, descreveram à Lusa fontes de várias instituições de ensino superior.
Há várias razões apontadas pelos estudantes para este isolamento estar a ser cumprido nas residências. Entre elas estão presentes as dificuldades económicas, o receio de regresso a casa de familiares, alguns deles idosos, ou mesmo a vontade de assistir às aulas online, num regime mais próximo do universitário.
A Universidade do Minho (UMinho) conta com 57 alunos nestas circunstâncias. Nas residências do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC) estão 24 estudantes e nas do Instituto Politécnico do Cávado e do Ave (IPCA), em Barcelos, estão 22.
Luís Ceia, administrador dos serviços de ação social do IPVC, confirma que 11 alunos do programa Erasmus permanecem alojados na residência do Centro Social e Paroquial de Santa Maria Maior, enquanto que outros 13 alunos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) estão a residir no centro académico do IPVC, no centro da cidade.
“As restantes residências encontram-se encerradas, na sequência da recomendação feita pelo IPVC aos estudantes para que se deslocassem para as suas habitações familiares, após a suspensão da atividade letiva presencial”, descreveu o responsável.
Na Universidade do Minho permanecem quatro estudantes estrangeiros num bloco no polo de Azurém, em Guimarães. Nesta segunda-feira, terminou a quarentena voluntária de 53 estudantes nas residências de Santa Tecla e Lloyd Braga , no campus de Gualtar, em Braga.
A mesma fonte indicou à Lusa que “maioritariamente são estudantes estrangeiros” de países como o Brasil, China, São Tomé, Guiné Bissau, Cabo Verde, Roménia, Síria, Equador, Turquia e Iraque, dos quais “não tinham alternativa de alojamento”. Já os nacionais são das ilhas ou de outras partes do país que não dos concelhos de Braga e Guimarães.
“Aos estudantes que estiveram de quarentena, a UMinho providenciou, e providencia ainda aos quatro estudantes em quarentena, um conjunto de serviços como alimentação, produtos higiene, medicação, lavagem de roupa e foi feito um acompanhamento direto via telemóvel de dois em dois dias”, declarou a UMinho.
Quanto ao IPCA, o instituto tem atualmente as suas residências em obras, sendo que disponibilizou um apartamento onde alberga sete alunos portugueses que apresentaram comprovativos de carência económica e “cerca de 15 estudantes dos PALOP estão espalhados por outros apartamentos e casas da cidade, recebendo apoio no pagamento das rendas”, referiu fonte da instituição.