O Conselho de Escolas Médicas Portuguesas disponibiliza ajuda para resolver a crise de saúde pública atual.

Em carta aberta ao Primeiro Ministro, o Conselho de Escolas Médicas Portuguesas (CEMP) manifestou preocupação em relação à capacidade técnica do Conselho Nacional de Saúde Pública lidar com a pandemia atual.  Tal sucedeu-se à reunião de 11 de março de 2020, onde o órgão em questão limitou-se a remeter as decisões para as Autoridades de Saúde.

Neste sentido, o CEMP apela a António Costa que implemente “já e de forma efetiva as práticas restritas que tão bons resultados deram em contextos adversos como os da China, Macau e Coreia do Sul”.

Desta forma, a adoção de “medidas restritivas o mais precocemente possível” deve-se “à evidência científica” vinda de outros países que decidiram, entre outros exemplos, encerrar as cidades afetadas. “A China evitou uma incidência 67 vezes maior de covid-19, sendo que teria registado menos 66% dos casos se tivesse agido uma semana mais cedo”, refere o CEMP. Outro motivo é o comprometimento da “capacidade técnica e de resiliência dos profissionais e serviços de saúde portugueses”.

Acrescentam ainda que “questões ideológicas ou receios relativos ao inevitável impacto económico” não devem interferir nas decisões.

As Escolas Médicas finalizam, declarando que: “revela-se ainda fundamental termos noção que, dado o longo período de incubação da doença, o número de casos detetados hoje reflete a situação de há semanas atrás. De igual modo, as medidas que tomamos hoje não terão impacto no imediato, pelo que urge que se passe a atuar preventivamente ao invés de apenas o fazermos reativamente!”.

O CEMP disponibiliza ainda a sua ajuda para resolver a crise de saúde pública atual. Na noite de quinta-feira António Costa falou ao país e declarou o encerramento dos estabelecimentos de ensino, entre outras medidas. Na madrugada de sexta-feira o Governo declarou estado de alerta.