Porto Editora e Leya abrem as portas a 1.5 milhões de alunos que ficarão em casa nas próximas semanas.
Depois da decisão do Governo de, a partir de segunda-feira, suspender as aulas presenciais nas escolas, o ensino com a disponibilização de recursos digitais aos alunos foi incentivado. O impacto destas medidas levou a que a Porto Editora e a Leya decidissem dar, gratuitamente, acesso às suas plataformas de ensino à distância.
Face à antecipação do fim do 2º período, o Ministério da Educação (ME) diz que as reuniões e o trabalho dos professores vão ter de continuar a realizar-se, mas “sempre que possível” à distância, sendo que, a avaliação sumativa deve ser feita com base nos elementos disponíveis. O acesso às plataformas das duas editoras permite aos docentes criar as suas turmas, partilhar conteúdos das disciplinas produzidos pelas editoras ou, no caso da Porto Editora, conteúdos próprios, feitos pelos professores.
Na “Escola Virtual”, da Porto Editora e na “Aula Virtual”, da Leya, estão disponíveismateriais do 1.º ao 12.º ano, onde se podem encontrar versões digitais dos manuais, vídeos, animações, resumos da matéria e até mesmo testes interativos. “Uma situação excecional, que nos desafia enquanto sociedade a encontrar soluções”, menciona Vasco Teixeira, administrador da Porto Editora, que pretende também diminuir o grau de ansiedade que o fecho das escolas criou nos alunos e professores.
As duas editoras estão a preparar-se para receber os 1.5 milhões de alunos que ficarão em casa nas próximas semanas, os interessados têm apenas de fazer um registo onde assinalam o nome da escola e o ano de escolaridade. No entanto, as associações de diretores já chamaram à atenção o facto de muitos estudantes não terem acesso nem a equipamentos nem a internet para aceder ao ensino à distância.
Tiago Brandão Rodrigues, ministro da educação, reforça ainda a ideia de que os professores e os funcionários “não estão de férias” devendo continuar a fazer o seu trabalho e preparar materiais pedagógicos para os alunos. Durante o período de suspensão das aulas, também as cantinas das escolas terão de continuar a funcionar para garantir refeições aos alunos carenciados.
Num comunicado enviado a todos os diretores, o ME destaca a importância de que as escolas informem as famílias que a suspensão das aulas “terá efeitos tanto mais positivos quanto os alunos e as famílias cumpram estritamente as regras de higiene, de distanciamento social e, sobretudo, se for evitada a deslocação a locais com concentração de pessoas”. Assim, garantiu-se já um procedimento para que os alunos não precisem de se deslocar à escola para fazerem a inscrição nos exames nacionais e os professores do 1.º ciclo foram instruídos para recolherem contactos telefónicos e de correio eletrónico dos encarregados de educação, para terem um meio de contacto para avisar caso haja suspeitas ou contágios que decorram após o início da suspensão.