Com tudo o que se tem passado nestas semanas pelo mundo é inevitável não falar do novo coronavírus, ainda para mais quando afetou todas as nossas vidas. A analogia com o nome da obra E Tudo o Vento Levou não foi por acaso, pois, tal como o vento que passa por todo o lado e leva tudo à frente, o vírus também o fez. Tanto a nível nacional como mundial, o desporto foi uma das áreas mais afetadas. E nós, que amamos o desporto, ficamos sem aquilo que guia a nossa agenda.
A Covid-19 parou o mundo e, com ele, parou o desporto. De repente, certas palavras começaram a ficar na ordem do dia: “suspenso”, “cancelado” e “adiado” é do que mais se ouve e se lê. Campeonatos de todas as modalidades suspensos. Braga e Estoril Open cancelados. Meias Maratonas canceladas. Ciclismo cancelado. NBA suspensa. Roland Garros cancelada. Euro 2020 adiado. Copa América cancelada. Para já, o único evento que ainda mantém a esperança de se realizar são os Jogos Olímpicos de Tóquio, porém alguns países como o Canadá e a Austrália já determinaram que não vão participar para evitar que os seus atletas sejam infetados.
Neste momento, por cá, temos ordens expressas para não sair de casa se não for estritamente necessário. Mas então o que se faz numa semana fechado naquilo que já começa a parecer um pequeno cubículo? Podemos sempre recorrer às boas “antiguidades” que a Sport TV está a passar no canal aberto, ou a jogos da seleção que o Canal 11 recorda. E podemos sempre recorrer à internet para ver as relíquias de outras modalidades. Mas será isso suficiente?
No entanto, no meio desta mudança toda, há uma coisa que está a vir ao de cima: a solidariedade. Os clubes unem-se e ajudam. Afinal de contas, utilizando palavras mencionadas por várias entidades, nesta guerra somos todos do mesmo exército. O presidente do Moreirense comprou dez ventiladores para oferecer ao país. O SC Braga doou ao Hospital da cidade dez ventiladores, 15.500 máscaras e 500 fatos de proteção. O FC Porto e o Sporting CP disponibilizaram os respetivos pavilhões para hospitais de campanha. E o SL Benfica cedeu um milhão de euros para ajudar o Serviço Nacional de Saúde. É caso para dizer: “a união faz a força”.
Com isto tudo, temos uma lição a tirar. Apesar das rivalidades que, muitas vezes, vão até ao extremo, temos de perceber que valores mais altos se levantam. E, nesta altura, os clubes aperceberam-se novamente que têm voz e estão a utilizá-la para dar o exemplo. Nestes momentos de incerteza, mostraram que, se todos remarmos para o mesmo lado, “vai ficar tudo bem”.