Cinco anos depois de Currents, a banda australiana Tame Impala voltou a estúdio para gravar The Slow Rush. A coletânea de 13 canções convoca mais uma vez o Rock Psicadélico e a voz inconfundível de Kevin Parker, o produtor de todas as faixas do álbum.

Quando tocamos no play, a primeira canção “One More Year” entra nos nossos ouvidos. A fase inicial de todas as músicas da banda é impactante, deixando o ouvinte com vontade de escutar tudo.

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Neste álbum, os tons vibrantes e rebeldes são um pouco postos de lado, e à medida que passamos de faixa em faixa, como é o caso de “Instant Destiny” e “Borderline”, conseguimos perceber uma grande influência dos estilos R&B e Hip Hop nas sequências sonoras.

“Posthumous Forgiveness” já nos lembra trabalhos anteriores da banda. As letras tristes e até por vezes mórbidas preenchem-nos o cérebro com pensamentos ao som das misturas de géneros e influências distintas. “Breathe Deeper” deixa-nos, como o nome pode indicar, mais descansados, e a própria faixa usa sons mais relaxantes.

Os acordes de uma guitarra mais aguda lançam “Tommorow’s Dust”, uma canção em que a voz de Kevin Parker se destaca mais para além da música. “On Track” é, na minha opinião, uma das melhores para se ouvir com os auscultadores bem altos. A utilização do stereo torna-a uma das minhas favoritas e mais agradáveis do álbum.

Quem ouve o álbum de seguida, vai sentir uma grande diferença entre as músicas “Lost In Yesterday” e “Is it True”, uma marca vincada no estilo desta coletânea. Uma mais melancólica, e de repente, sentimos vibes do estilo Disco. Nunca sabemos o que esperar.

O que eu espero ser um piano dá uma roupagem diferente a “It Might Be Time”. A faixa acaba por ser motivadora para enfrentar os desafios que os ouvintes tenham medo de enfrentar. Na fase final do álbum, “Glimmer” começa uma espécie de mensagem numa rádio, e passa logo para uma mistura grave de sons. A voz do vocalista passa novamente para plano.

A fechar, temos “One More Hour”. É interessante a ligação nominal entre a primeira e a 13ª faixa do álbum. A bateria funde-se com a psicadélica e constante dosagem de sons eletrónicos, e como em quase todo o disco, a repetição contínua das letras ajuda ao ouvinte a ficar com a canção armazenada no cérebro.

Quando acaba, sentimos uma sensação de calma e vontade de enfrentar tudo e todos. Na minha opinião, Tame Impala mudou algumas inspirações, mas o pedigree da banda continua bem vincado em todas as faixas. Espero que para a próxima não nos deixem à espera durante tanto tempo, até faz mal.