Candidaturas vão ser realizadas durante o mês de agosto.

O calendário de acesso ao ensino superior vai ser integralmente atrasado em cerca de três semanas, em consequência da decisão do Governo de adiar os exames nacionais do ensino secundário para julho.

O primeiro-ministro, António Costa, anunciou, esta quinta-feira, o adiamento dos exames nacionais do ensino secundário, de maneira a dar mais tempo às escolas para concluírem este ano letivo marcado pela suspensão das aulas presenciais, em consequência do surto de COVID-19. A 1.ª fase das provas nacionais, outrora marcada para o final do mês de junho, passa para os dias 6 a 23 de Julho. As aulas vão poder prolongar-se até 26 de junho.

Assim, o calendário do concurso nacional de acesso ao ensino superior tem, em consequência, que sofrer mudanças. O prazo para a apresentação de candidaturas para a 1.ª fase é adiado, estendendo-se de 7 a 23 de agosto, sendo os resultados conhecidos a 28 de setembro.

Consequentemente, a 2.ª fase do concurso de acesso ao ensino superior passa a acontecer entre 28 de setembro a 9 de outubro, sendo as colocações anunciadas uma semana depois, a 15 de outubro. Há, ainda, uma 3.ª fase para ingresso ao ensino superior cujas colocações vão ser conhecidas a 30 de outubro.

Os estudantes vão apenas realizar os exames nas disciplinas que escolham como provas de ingresso. Os que se destinam apenas à aprovação de disciplinas ou conclusão do ensino secundário estão cancelados.

Com as colocações da 1.ª fase do concurso nacional de acesso a serem conhecidas apenas no final de setembro, três semanas mais tarde do que o inicialmente previsto, é certo que o próximo ano letivo vai começar mais tarde no ensino superior.

Na generalidade das instituições, isso implica adiar o início das aulas “para a primeira ou segunda semana de outubro”, antecipa Pedro Dominguinhos, o presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos, Pedro Dominguinhos. “Não é um atraso significativo e é perfeitamente recuperável no número de semanas de ano letivo que teremos pela frente”, acrescenta.

Um número mais pequeno de instituições de ensino começa as aulas apenas depois da 2.ª fase de colocações, que foram agendadas para 15 de outubro. Para os alunos que entrem com o ano letivo já em andamento, “terá que haver mecanismos para acolher estes estudantes”, entende o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas.

Quanto ao que ainda resta do presente ano letivo, universidades e politécnicos têm autonomia para definir as suas estratégias. Universidades como a do Minho, a de Évora ou a de Coimbra já assumiram que não haverá mais aulas presenciais até ao final do semestre. As restantes mantêm as aulas à distância ainda com a expectativa de retomar as atividades presenciais na fase final do ano. Essa avaliação continuará a ser feita periodicamente pelas instituições.