Visto que os enunciados dos exames nacionais já estavam prontos e continham a matéria do ano todo, o Iave está a ponderar soluções para garantir justiça na avaliação.
Devido à atual pandemia de covid-19, as atividades letivas estão suspensas, pelo menos, até ao final deste mês. Neste sentido, o Governo anunciou que os estudantes do secundário vão poder escolher não responder a perguntas sobre matérias que não tenham abordado nas aulas.
António Costa, em conferência de imprensa, esclareceu que, apesar de existir hipótese de escolha, há “um número fixo de perguntas que é obrigatório para todos”. A medida visa defender os alunos das desigualdades trazidas pelo recurso ao ensino à distância e do regime da flexibilidade curricular, que permite às escolas alterar a ordem dos conteúdos lecionados. O Primeiro-Ministro anunciou ainda o adiamento dos exames nacionais para o período de 6 e 23 de julho.
Os enunciados dos exames nacionais deste ano já estavam preparados. Costumam estar desenvolvidos em janeiro, sendo esta altura correspondente à altura de revisão e verificações finais. O Instituto de Avaliação Educativa (Iave), tutelado pelo Ministério da Educação, está, então, a estudar como vai concretizar a medida divulgada por António Costa.
Em declarações ao PÚBLICO, o Iave afirma que as provas vão apresentar “blocos de perguntas ou perguntas, com diferentes matérias a avaliar”, para serem respondidas “em alternativa”. Essas perguntas terão cotações equivalentes para garantir que ninguém é prejudicado no somatório final.
Num comunicado emitido na quinta-feira, o Ministério da Educação avança que as provas serão “ajustadas à possibilidade de escolha pelos alunos de itens/grupos em opção”.
O gabinete de Luís Pereira dos Santos, do Iave, assegura que “não estão previstas alterações aos itens” presentes nas distintas 22 provas destinadas ao ensino secundário. Ou seja, as perguntas que vão ser colocadas aos estudantes do 11.º e 12.º ano serão as mesmas que já estavam previstas.
Apenas os estudantes do 11.º e do 12.º ano vão realizar exames. Os mesmos apenas têm que fazer exame às disciplinas que precisam para candidatar-se ao ensino superior. Quem não pretende entrar na universidade no próximo ano letivo não tem que ir fazer as provas. O Governo cancelou também as provas nacionais do 9.º ano, bem como as provas de aferição do 2.º e 5.º ano.