“Manual de procedimentos sobre o acesso às praias” com data de publicação para “a primeira semana de maio” vai ditar os cuidados que os banhistas terão de ter em conta.

O verão de 2020 vai trazer, na sequência da pandemia, algumas restrições relativamente à ida às praias. A lotação máxima desses espaços públicos é uma delas. A estimativa é baseada num cálculo efetuado em função da “capacidade de carga”, afirmou, esta quarta-feira, dia 22 de abril, a coordenadora do Programa Bandeira Azul da Associação Bandeira Azul da Europa, Catarina Gonçalves.

“As praias, sendo espaços públicos, também terão de ter os procedimentos e regras a serem implementados para segurança de todos e que têm a ver, obviamente, com o distanciamento social”, explica a responsável. Assim é possível controlar e impedir a disseminação do vírus, durante a estação seca.

O “manual de procedimentos sobre o acesso às praias” está previsto para “a primeira semana de maio”, reforçou Catarina Gonçalves e nele constarão a capacidade de carga de cada praia. O guia está a ser a ser desenvolvido pela marinha, a Agência Portuguesa do Ambiente, o Instituto de Socorro a Náufragos e pela Direção-Geral da Saúde (DGS), entre outras organizações.

“Vamos ter de avaliar a possibilidade e a forma de calcular a capacidade de carga das praias, isto é, as praias têm um limite. A área concessionada de uma praia está limitada fisicamente, isto é, tem uma dimensão de extensão e de largura, de acordo com a preia-mar”, prosseguiu.

A medida de lotação das praias vai estar de acordo com as “recomendações da DGS” e vai haver sobretudo mais atenção relativamente ao “espaço seguro para as sombras e para os chapéus de sol” e o distanciamento entre as pessoas.

“Questões mais práticas que têm que ver com a higienização dos espaços, a utilização de máscaras, a própria utilização de esplanadas e bares – saber se é passível de ser feita ou não e em que condições se for feita -, os passadiços, os chuveiros, as gaivotas, os escorregas, as espreguiçadeiras, tudo isso terá que ter uns procedimentos de higiene, obviamente muito mais apertados”, acrescentou a responsável à agência Lusa.

Porém, Catarina Gonçalves confessou que estas medidas são “muito mais complicadas” de serem aplicadas dado que “não se pode pôr uma fita amarela” para controlar quem entra ou não nas praias e mesmo o espaço que cada um pode ocupar.

Deste modo, a vigilância “vai ter de ser diferente” e a coordenadora espera “bom senso” por parte dos banhistas para cumprir as regras que vão ser estabelecidas pelo “manual”.

“Estamos muito preocupados com as frentes urbanas, porque não têm uma entrada e uma saída de uma praia. Todo o passeio marítimo, por exemplo, é uma entrada de praia, o que dificulta bastante a fiscalização, rematou.

Os mais recentes números registados pela DGS apontam para 22.353 infetados, 371 mortes e 1.201 casos recuperados, no total.