Estudo da Universidade do Minho possibilita retratar a saúde mental de cada participante, tendo em conta múltiplas variantes.
Uma investigação desenvolvida pela Universidade do Minho, que analisou 1.280 portugueses e o modo como estão a lidar com o confinamento domiciliário, demonstra que a prática de exercício físico, o pouco consumo de informação e a manutenção de rotinas são práticas que tornam as pessoas menos suscetíveis a ansiedade e depressão. Pedro Morgado, professor da Escola de Medicina da UMinho e um dos responsáveis do estudo, afirma que foi encontrada “uma associação entre a idade e os indicadores de saúde mental, em que os mais velhos têm melhores indicadores”.
Pedro Morgado, em declarações à RUM, confirma que, através da análise feita por parte de psicólogos, psiquiatras e neuro-cientistas, foram identificados “alguns fatores que são protetores da saúde mental”. Os primeiros resultados encontrados, entre outros resultados, também demonstram que “as pessoas que consomem menos de uma hora de informação sobre o vírus têm melhores indicadores”. Ao mesmo tempo, pessoas que mantêm o teletrabalho ou trabalho presencial, e que não se viram obrigados a interromper as suas atividades, também apresentam resultados mais positivos.
Contudo, Pedro Morgado assegura que este dado continuará “a ser analisado nas próximas semanas de acordo com as respostas subsequentes”, visto que o estudo decorrerá até ao fim do Estado de Emergência. Alerta, também, que “este estudo é feito através de um conjunto de pessoas que não é representativo da população nacional”, visto que os participantes foram convidados através das redes sociais, entendendo-se que existe uma porção da população de idade mais avançada sem presença nos meios digitais.
O professor da Escola de Medicina explica que “as pessoas vão respondendo a uma série de inquéritos semanalmente enquanto dura o estado de emergência”. O objetivo principal da investigação é, para além de acompanhar cada inquirido “para tentar perceber não só como cada um está em cada momento, mas sobretudo como as coisas evoluem ao longo do tempo”, mas também retratar a evolução da saúde mental através de diferentes indicadores.
De notar que existem linhas de apoio psicológico para ajudar a população com os efeitos do confinamento, tanto da Escola de Psicologia como da Administração Regional de Saúde do Norte criaram lnhas de apoio psicológico para ajudar a população com os efeitos do confinamento.