Al Pacino celebra este sábado, dia 25 de abril, o seu 80.º aniversário. Começou nos palcos e é hoje ator, produtor, guionista e cineasta. Além de um reconhecimento inigualável pelo papel de Michael Corleone em O Padrinho (1972), conta também com um Óscar, dois Emmys, dois Tonys e quatro Globos de Ouro.
Alfredo James Pacino nasceu em Manhattan e é filho de Rose Gerard e Sal Pacino, dois emigrantes italianos naturais da Sicília, que se divorciaram quando era bebé. Depois, mudou-se com a mãe para casa da avó em South Bronx.
Desde cedo deu por si a decorar narrativas dos filmes que mais gostava, a par das falas das suas personagens favoritas. Numa tentativa de combater a monotonia e a falta de motivação para os estudos, encontrou conforto nas peças de teatro escolares. Não se interessando em disciplina alguma exceto inglês, acabou por deixar a escola aos 17 anos. O fascínio pela atuação começou em palco e transformou-se num trabalho a tempo inteiro.
Atravessando um período de pobreza e depressão, aos 26 anos foi aprovado na prestigiada Actors Studio, onde estudou sob o aconselhamento de Lee Strasberg. Rapidamente se envolveu em projetos como a produção da Broadway Does a Tiger Wear a Necktie? (1969), pelo qual lhe foi atribuído um prémio Tony. Segui-se, no mesmo ano, o filme Me, Natalie.
Contudo, foi a atuação em Pânico em Needle Park (1971) que propulsionou a carreira de Pacino. A sua interpretação de um viciado em heroína chamou a atenção de Francis Ford Coppola, que estava na altura a meio de castings para o filme O Padrinho, baseado na novela de Mario Puzo. Robert Redford e Jack Nicholson estavam de olho no papel, mas a concorrência acabou quando Coppola firmou o ainda pouco conhecido Al Pacino para o papel de Michael Corleone.
Lançado em 1972, O Padrinho tornou-se num dos maiores sucessos no mundo do cinema e entregou ao ator uma fama com a qual ele não conseguiu lidar. Al Pacino revelou este ano, numa entrevista, que procurou ajuda psicológica durante 25 anos graças ao reconhecimento monstruoso que arrecadou com esta obra e que não cessou graças a Serpico (1973) e Um Dia de Cão (1975).
Aquando de E Justiça Para Todos (1979), o intérprete somava já quatro nomeações para os Academy Awards. No entanto, a sua ambição não parou e fez ainda parte do filme de culto Scarface (1983), onde interpretou Tony Montana, um fugitivo do regime comunista de Fidel Castro. Em entrevista à GQ, explicou que se sentiu inspirado ao ver o papel de Paul Muni na obra homónima de 1932 e, portanto, “queria imitá-lo”.
Em 1992, ganhou finalmente o Óscar de Melhor Ator pela sua atuação em Perfume de Mulher, que se mantém um clássico. Na longa-metragem, o carisma de Al Pacino brilha com perfeição técnica, ao interpretar um homem invisual.
Ser ator tornou-se cada vez mais a sua praia, permitindo-lhe revelar performances notáveis com mais frequência. Manteve-se na onda do crime nos grandes ecrãs com Perseguido pelo Passado (1993) e partilhou a ribalta com Robert de Niro no drama Heat – Cidade Sob Pressão (1995). Multifacetado, dirigiu ainda a adaptação de Shakespeare À Procura de Ricardo III (1996) e, no curso de dois anos, presenteou os fãs com A Sombra da Corrupção (1996), Donnie Brasco (1997) e O Advogado do Diabo (1997).
Recentemente, participou em Era uma Vez… em Hollywood (2019), de Quentin Tarantino e em O Irlandês (2019), de Martin Scorsese. Até à data, no cartório de Al Pacino constam 65 filmes e 25 prémios. A personalidade plurifacetada do ator marca hoje oito décadas e, além de percorrer os vários cargos da indústria do cinema, deixa também um grande contributo para o mundo do teatro.