Filipe Duarte faleceu na madrugada desta sexta-feira, dia 17 de abril, devido a um enfarte do miocárdio, de acordo com as declarações de uma fonte próxima à Lusa. Nascido em 1973 na Nova Lisboa, Angola, conta com várias participações na televisão portuguesa e vai ficar para sempre marcado no mundo da representação nacional.
Estudou na Escola Superior de Teatro e Cinema e no Instituto de Investigação e Criação Teatral, em Lisboa. Estreou-se no mundo da representação em 1994, na peça Homo Dramaticus, com a Companhia Teatral do Castelo. Desde aí continuou a evoluir no teatro, na televisão e no cinema, com um cunho pessoal também na área das dobragens.
Na televisão, a sua admirável presença fez-se marcar na telenovela portuguesa Belmonte (2013-2014) onde deu vida a João, o protagonista. O trabalho marcou muita gente pelo seu incrível talento e engenho de comover todos os telespetadores com a sensibilidade e postura que o papel lhe exigiu. Mais recentemente participou nas gravações da telenovela brasileira Amor de Mãe, que está a ser exibida na SIC.
A sua filmografia é também vasta, com participação marcada em mais de 30 filmes. Destacam-se A Outra Margem (2007), A Vida Invisível (2013) e Cinzento e Negro (2015). O primeiro valeu-lhe o prémio de Melhor Ator no Festival de Cinema de Montreal, no Canadá, que partilhou com o ator Tomás Almeida. Foi também nomeado ao Globo de Ouro de Melhor Ator pela participação no segundo.
Embora a sua participação em várias obras televisivas e cinematográficas seja memorável, o papel que mais destaque lhe conferiu foi em Variações (2019). Na longa-metragem, Filipe Duarte vestiu a pele de Fernando Ataíde, amante do cantor. Para além deste, juntou-se ao elenco de Mosquito (2020), de João Nuno Pinto.
Conta ainda com participação no filme Nothing Ever Happened, de Gonçalo Galvão Teles, com quem já tinha trabalhado no telefilme O Teorema de Pitágoras (2001). Trata-se de uma coprodução entre Portugal, Brasil e Bélgica que ainda se encontra, segundo o IMDb, em fase de pós-produção.
Para além do seu humilde e incrível profissionalismo, Filipe Duarte defendia ainda a campanha “Por uma Nova Lei de Proteção dos Animais em Portugal”. Em vídeo, mostrou a sua revolta e indignação pelo facto dos animais não terem qualquer tipo de proteção e serem tratados como objetos por parte do ser humano: “Temos de crescer. E enquanto estas leis básicas não forem aprovadas, acho que vamos ser sempre muito pequenos, mais pequenos do que podemos ser”, defendeu.
O ator português faleceu esta sexta-feira, dia 17 de abril. Deixou a mulher Nuria Mencía, uma filha de nove anos e um grande legado para a representação em Portugal.