Dia 27 de março foi lançado o EP Morning Matters de Yazmin Lacey. Com apenas 5 músicas, esta compilação oferece-nos 20 minutos relaxantes, otimistas e que relembram qualquer um da grandiosidade do Soul e do R&B.

Confesso que antes deste EP, infelizmente, não conhecia Yazmin Lacey. A vocalista britânica não sonhava cantar, até que uma noite e algum álcool a levaram a um open-mic onde espantou todos com o seu talento.

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Não tardou a lançar o seu primeiro projeto Black moon e, apenas três anos depois, chega-nos a 27 de março o novo EP: Morning Matters. A voz aveludada mas potente oferece-nos 20 minutos de Soul e R&B onde notamos uma clara influência de outras grandes vozes, como Amy Winehouse e Jorja Smith.

O EP começa com a música “Own Your Own”, da qual destaco a batida determinante que tão bem contracena com a mensagem pacífica. Sublinho, também, o poder dado com a entrada dos back vocals. “Bad things happen in our life, but we must keep a high vibration” (coisas más acontecem na nossa vida, mas temos que manter uma vibração positiva) é a mensagem crucial desta música e que abre de forma otimista esta viagem.

De seguida temos uma música homónima ao projeto – “Morning Matters”. A entrada de saxofone com laivos de Jazz que se vai mutando e a mensagem, mais uma vez, bem conseguida, tornam este tema o meu preferido. A mensagem em questão resume o objetivo da vocalista com o EP: tornar as manhãs melhores, porque elas também contam.

Dificuldade em acordar cedo? Amargurado pelas situações da vida? Ainda assim mantém vontade de se tornar melhor todos os dias? Este EP será um bom companheiro.

O objetivo do projeto é passar uma mensagem otimista. Reensina-nos a não tomar os dias como garantidos, a ficarmos felizes com cada um deles e a aproveitá-los da melhor forma possível (logo pela manhã). Tenho a confessar que a “Morning Sunrise” me dá vontade de ver o nascer do sol.

Destaco, não só a voz incrível de Yazmin, mas também o saxofone e o baixo que tão bem se enquadram sempre que aparecem. Por outro lado, a bateria é bastante esquecível, admito que só reparei na sua presença a meio de “Lately” onde faz quase um solo, mas onde a minha atenção já tinha sido roubada pela entrada de teclado ao início. Não deixa de ser agradável, contudo não tem uma presença comparável aos outros elementos.

Com a maior parte das músicas a não exceder as 200 visualizações no Youtube, este projeto é prova de que há muito boa música por aí, só precisamos de andar mais atentos. O meu único descontentamento foi, resumidamente, não ter conhecido esta voz mais cedo. Um projeto bastante agradável e perfeito para fazer companhia matinal, para dar vontade de aproveitarmos os dias e para trabalharmos em nós mesmos.