Dia 30 de outubro de 2007, Britney Spears lançou o seu quinto álbum de estúdio, Blackout. Um álbum que se afasta das origens musicais de Spears, no entanto, foi vital para a afirmação da cantora como uma das maiores influencias na cultura Pop mundial.

Composto por 14 músicas originais e um remix, o álbum dura quase 45 minutos. O tema predominante é o sexo mas Britney Spears não se abstém de acrescentar uma pitada de crítica social.

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Sex sells” e ninguém sabe isso melhor que uma Pop Star. E do início ao fim deste projeto, essa ideia está presente. Mesmo faixas como “Why Should I Be Sad” ou “Heaven on Earth”, que se focam num amor emocional e não carnal, estão repletas de elementos sedutores.

O álbum abre com a melhor música na lista, “Gimme More” e consequentemente, com a frase mais icónica do início do século XXI, “It’s Britney, Bitch!”. Com esta frase nos primeiros segundos do regresso, sente-se a luz e a razão que a torna uma das maiores performers de sempre. Muitos dizem que “Gimme More” traz a stripper que cada um tem no seu inconsciente à superfície e seria difícil discordar.

Blackout tem uma produção impecável da primeira à última batida. Qualquer que seja a faixa o ouvinte só tem uma opção, dançar. Isto é precisamente o que Spears pretendia. Não obstante, a cantora passava por um momento difícil na vida, o que se refletiu no tom das músicas.

Apesar de serem músicas energéticas e de folia, é impossível não reparar no tom quase obscuro que paira sobre as melodias. Desde os backvocals presentes em quase todos os temas do projeto a toda a produção, de forma geral, sente-se um tom sombrio em todo o projeto.

Com “Piece of Me” Britney mostra exatamente isso, uma parte de si. O público tem nesta faixa uma visão sob o que realmente era ser Britney Spears no auge da cultura de perseguição dos paparazzi. A cantora explica-o perfeitamente quando acusa os media de se aproveitarem da sua imagem, “I’m Mrs. ‘Most likely to get on TV for strippin’ on the streets when getting the groceries’, no, for real, Are you kidding me?”.

O projeto apresenta coerência temática e sonora na maioria das faixas, com a exceção do remix, “Gimme More – Junkie XL Dub”. O tema toma todo um estilo que se destaca do restante corpo do projeto e não de forma positiva. No entanto, esta faixa é a penúltima do álbum e o botão skip existe para ser usado. É, por isso, fácil fechar os olhos (e os ouvidos) a esta pequena falha.

Os grandes destaques vão para os singles, “Gimme More”, “Piece of Me” e “Break the Ice”, que foram incrivelmente bem escolhidos para representar a essência deste álbum. Com isto dito, “Radar”, “Get Back” e “Freakshow” também são pontos altos que merecem ser referidos.

Blackout é uma excelente obra musical que enquadra o tempo de que é contemporâneo com as escolhas de produção e as letras. No entanto, consegue vencer o teste do tempo e continua a inspirar sons atuais.