A 26 de Agosto de 2002, os Coldplay lançavam o segundo álbum. Depois do sucesso de Parachutes, que os lançou para a ribalta, chegava A Rush Of Blood to the Head, um dos discos mais cotados da banda britânica. Ao longo das 11 canções podemos esperar a essência do grupo, com sons ousados e muito distintos do que vemos nas suas canções mais recentes.

A primeira faixa, “Politik”, transparece raiva do primeiro ao último segundo. Esta melodia foi criada logo após os ataques do 11 de setembro, e tem uma mensagem que pretende chegar ao coração dos ouvintes, para dar uma sensação de que não podemos ter medo de nada.

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Passando para “In My Place”, uma das mais tocadas em toda a coletânea, foi a primeira canção do álbum a ser escrita. A bateria e a guitarra elétrica são elementos fundamentais para tornar a letra ainda mais profunda do que no papel. O acústico, no entanto, ajuda a música de “God Put a Smile upon Your Face”, dando um tom de seriedade à voz terna de Chris Martin.

The Scientist” dispensa quaisquer apresentações. Foi, e continua a ser, um dos maiores sucessos da banda londrina. Aqui o piano é protagonista de uma história de amor que não terminou da melhor forma. A melancolia é um dos sentimentos que nos invade ao ouvir um poema que é, sem mais, nem menos, um pedido de desculpas e uma ode à saudade.

O teclado acompanha-nos para outra faixa que continua a ser das músicas mais escutadas dos Coldplay. “Clocks” prende o ouvinte desde o solo de piano dos primeiros segundos e segue a surpreender até ao fim da faixa, com uma letra de intervenção bastante enigmática, mas que depois de ouvir fica a ecoar nos nossos ouvidos.

Daylight” abre com um som sintetizado de guitarra, e ao longo da faixa as vozes dos protagonistas são bastante abafadas, com um registo diferente do resto do álbum. Mas, quando passamos para “Green Eyes”, passamos novamente a ter Chris e a sua guitarra acústica, com um poema emocionado e romântico.

Depois do romantismo da faixa anterior, chega a fase da separação. Com “Warning Sign”, é percetível a letra focada no passado, mas com um aviso de que tem saudades do que havia passado. Mais uma vez, a nostalgia toma conta dos nossos ouvidos, numa das canções que mais aprecio neste trabalho dos britânicos.

Após uma fase de tons mais calmos, “Whisper” convoca um quê de Rock Psicadélico no início da música. A letra continua na maré dos sentimentos de crise existencial, onde pouca coisa parece salvar o tom triste e melancólico.

Na mesma onda, a faixa que dá nome ao álbum, “A Rush Of Blood to the Head”, com uma música que se sobrepõe à letra, demonstra alguma impulsividade e agressividade. A terminar a coletânea, “Amsterdam”, que foi escrita na capital dos Países Baixos, deixa no ar alguma tristeza e uma mensagem sobre o poder do amor em todos nós.

Numa fase prematura da carreira da banda, os Coldplay demonstraram com este álbum que não queriam ficar conhecidos por um só trabalho. Com A Rush Of Blood to the Head, Chris Martin e companhia demonstraram maturidade e fixaram-se no meio dos graúdos como uma das melhores bandas do início do século XXI, fama que se estende até aos dias de hoje.