Estudo conta com a participação de diversos parceiros internacionais. A Universidade do Minho é a sede portuguesa do projeto COH-FIT.

Divulgado a 9 de maio, o projeto internacional “Collaborative Outcomes study on Health and Functioning during Infection Times” (COH-FIT) conta com a participação de cerca de 200 investigadores de mais de 30 países.

Pedro Morgado, médico psiquiatra e professor da Escola de Medicina da UMinho, e Sofia Brissos, assistente hospitalar de psiquiatria do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa são os representantes do estudo em Portugal. O estudo procura identificar pessoas com maior ou menor propensão a ter problemas de saúde física e mental durante uma pandemia.

Em dezembro de 2019 era 50 o número de pessoas infetadas com o novo vírus SARS-Cov-2. Passados cinco meses, depois de instalada a pandemia, o mundo regista mais de 4 milhões de casos confirmados. É neste contexto que, para compreender os efeitos que a pandemia está a provocar na sociedade, surge o projeto COH-FIT. O objetivo é conseguir recolher informações de mais de 100 mil participantes de mais de 70 países, em seis continentes e em 25 idiomas. “O inquérito foi elaborado tendo em conta os resultados dos estudos que, entretanto, foram divulgados e também o conhecimento acerca dos fatores que influenciam a saúde mental”, explica Pedro Morgado, um dos investigadores portugueses, em entrevista ao ComUM. Desta forma, a equipa procura compreender os efeitos e fatores que influenciam o impacto da Covid-19 na saúde física e mental da população mundial. O inquérito “dirige-se a todas pessoas adultas, maiores de 18 anos, residentes em qualquer país onde se realiza o estudo.”.

A Universidade do Minho enquadra-se nesta investigação como a entidade portuguesa parceira. Além disso, é nesta instituição que, em Portugal, o projeto se encontra sedeado. A instituição “garante o cumprimento de todas as normas de investigação e posterior divulgação de resultados”, explica Pedro Morgado.

Com este estudo, os investigadores vão identificar os fatores de proteção que os cidadãos podem beneficiar e vão também poder criar programas de intervenção adequados à atual pandemia e futuras que possam ocorrer. Pedro Morgado prevê que, “nesta primeira fase, o projeto esteja ativo durante um mês”. A esperança é a de que se consiga obter resultados “ainda em 2020”, afirma.

O estudo conta com 12 parceiros internacionais, como a Associação Mundial de Psiquiatria e a organização Prevenção de Doenças Mentais e Promoção da Saúde Mental do Colégio Europeu de Neuropsicofarmacologia. A investigação é liderada por Christoph Correll, professor na Escola de Medicina de Zucker (EUA) e no Hospital Hniversitário Alemão – Charité -, em conjunto com Marco Solmi, professor na Universidade de Pádua (Itália) e no King’s College (Reino Unido).