Lil Uzi Vert voltou aos projetos. Lançou em março o  segundo álbum de estúdio, Eternal Atake. Depois do estrondoso sucesso de Love Is Rage, o rapper norte-americano não desiludiu neste novo disco. Igual a si próprio, Lil Uzi Vert trouxe-nos um projeto repleto de boas músicas.

O álbum é composto por 18 músicas que se espalham por pouco mais de uma hora. Depois do disco sair, um fã notou que se divide em três fases, que representam nas três personalidades do artista. Isto foi confirmado pelo cantor. Acrescentou ainda que a primeira metade do álbum representa a partida do rapper para o espaço e a segunda representa a sua jornada aí.

revolt.tv

Baby Pluto” é a primeira música do álbum, dando o mote para o resto das canções. Num registo acelerado, a música começa com uma frase que diz “Welcome to Eternal Atake”. A seguir, ouve-se “estás pronto?” em mandarim, algo diferente do habitual e uma maneira curiosa de iniciar um álbum. Nesta canção, Vert aborda algumas das coisas a que um rapper está sujeito, roça até um pouco o materialismo. Uma boa canção que “contextualiza” o ouvinte e o prepara para as restantes faixas.

Lo Mein” é a segunda música. Com um flow incrível, o cantor fala nas coisas que conseguiu com o dinheiro, o que é um tema recorrente durante o disco. Vert faz ainda uma referência a Fetty Wap – “One eye open, illuminati like Fetty Wap”. Neste verso o músico referencia o facto de Fetty Wap ter apenas um olho, ligando-o a si através do dinheiro que ambos fizeram do Rap.

Celebration Station” é certamente uma das melhores músicas de todo o disco, sendo um potencial hit. A faixa mantém o mesmo registo das outras, mas as vocals e o beat distinguem-se pela qualidade. Não tendo a musicalidade de, por exemplo, “XO Tour Llif3”, esta canção é um puro Rap (com um trapbeat à altura). Vert refere, além do seu status atual, o facto de não poder voltar a ser pobre, um medo que reconhece.

Chrome Heart Tags” é a “balada” do álbum. Ao contrário da generalidade das músicas, não se centra no dinheiro e ostentação. É uma canção de mágoa, em que Lil Uzi Vert aborda a dor e a necessidade de afastamento de um amor. O rapper ataca alguém que se aproveitou do dinheiro dele e das suas posses em vez de ser sincera. Vert consegue misturar amor e dinheiro de uma forma perfeita, criando uma música bastante sentimental.

O álbum fecha com “Futsal Shuffle 2020” e “That Way”, duas faixas bónus. São mais do mesmo, sendo a principal diferença o facto de a primeira incluir no videoclip uma dança inventada pelo rapper. Lil Uzi Vert que, entre o disco anterior e este, se dedicou à dança, põe em prática aquilo em que trabalhou. A última música é uma referência a “I Want It That Way” dos Backstreet Boys. Adotando a melodia da música, Vert consegue adaptá-la a um Trap à sua maneira.

Depois de três anos, e com tão poucas novidades pelo meio, Lil Uzi Vert regressou em força. Eternal Atake corresponde às expectativas, e eu diria mesmo que as supera. Um puro álbum de Rap, sem nunca fugir à essência pessoal de uma das maiores revelações do Hip-Hop em 2017.