A conversa informal teve como tema “Os Futuros Profissionais da Comunicação” e contou com a presença de alunos da área da comunicação.

Teve lugar, esta quarta-feira, através de um direto na página de Facebook do Grupo de Alunos de Ciências da Comunicação da Universidade do Minho (GACCUM), uma conversa informal sobre o mote “Os Futuros Profissionais da Comunicação”.

A conversa, moderada pela Associação de Debates Académicos da Universidade do Minho (ADAUM), contou com a presença de vários alunos ligados ao associativismo e à área da comunicação. Rui Malaia Guedes, presidente do GACCUM, Elisa Vaz, a representar o Núcleo de Estudantes de Ciências da Comunicação (NCC) da Universidade de Lisboa, José Pedro Natal, presidente do Núcleo de Estudantes de Ciências da Comunicação (NECC) da Universidade de Trás-Os-Montes e Alto Douro (UTAD), Pedro Oliveira, diretor do Jornal ComUM, Francisca Graça, diretora do Jornal O Torgador, Pedro Silva, diretor do Jornal A Cabra, e Ana Ventura, presidente do Núcleo de Jornalismo e Comunicação do Instituto Politécnico de Portalegre (IPP).

A conversa arrancou com a perspetiva de futuro da profissão para cada um dos participantes, quais os problemas e ameaças dos profissionais de comunicação e quais as novas oportunidades que poderão surgir. A esta questão, Rui Guedes, respondeu que a evolução do mundo digital nas últimas décadas, nomeadamente das redes sociais, “foi benéfica para disputar uma vertente comunicativa mais direcionada para o mundo online”. Apesar disso, o presidente do GACCUM, aponta que a evolução do mundo digital trouxe também um problema. “Toda a gente tem um fácil acesso às redes sociais, toda a gente pode criar uma página, toda a gente pode difundir informação e essa mesma informação nem sempre ser verdadeira. São as típicas ‘fake news’”.

As “fake news” levaram ao tema seguinte. “Nunca vamos conseguir acabar com a desinformação”, refere Pedro Silva, salientando que “é preciso ter literacia mediática”. O diretor do jornal A Cabra, ressalva ainda que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) não é eficaz no papel que desempenha. Rui Guedes partilha da mesma opinião e entende que a literacia mediática deve ser ensinada desde cedo, defendendo que “apostar nos futuros cidadãos que são as crianças e incutir a literacia mediática nos mais novos é importante”.

Os profissionais de comunicação têm vindo a desempenhar um papel importante na situação atual de pandemia e, por isso, os participantes foram questionados se se está a assistir a uma mudança de paradigma em que os jornalistas são vistos de outra maneira pela sociedade. Pedro Silva refere que, para além dos profissionais de saúde, “os jornalistas também são profissionais essenciais”. Rui Guedes menciona que “o trabalho da comunicação está a ser incrível”, salientando que “há um mundo da comunicação para além do jornalismo”. Pedro Oliveira entende ainda que a comunicação para além do jornalismo ganhou mais importância com a pandemia.

O impacto a curto e a longo prazo da crescente robotização na área profissional da comunicação foi o último tema da conversa. O presidente do GACCUM refere que “o jornalismo é muito mais do que pegar na informação e metê-la no papel” e que é necessário ter “criatividade e paixão”, coisas que a “robotização não consegue oferecer a este mundo”. Francisca Graça defende que “a essência do jornalismo está no jornalista e a essência da comunicação está no comunicador”. Apesar de Pedro Silva ter referido que nem sempre a robotização é algo mau, dando o exemplo de que é posível entrevistar alguém do outro lado do mundo, o diretor do jornal A Cabra salienta que “nada consegue substituir o contacto humano”.