Ator, cineasta, compositor. Clint Eastwood é um dos maiores ícones da Sétima Arte e completa este domingo, dia 31 de maio, nove décadas de existência.
O ator é reconhecido pela expressão penetrante de macho durão dos faroestes de Sergio Leone. A lembrança da icónica imagem do chapéu e do cigarro no canto da boca acompanha Clint Eastwood, mas a sua versatilidade também lhe permite explorar os mais intensos sentimentos.
Após terminar o serviço militar, assinou contrato com a Universal, momento que marcou a sua entrada no mundo do cinema. Ingressou nesse mundo com 24 anos e pouca experiência de interpretação, o visual de galã era a arma do principiante. Contudo, foi a série Rawhide (1959-1965) que catapultou a carreira do ator.
Cinco anos mais tarde, a produção de Charles Marquis Warren foi cancelada, mas a figura enigmática do filme de Leone interessou a Clint Eastwood. A Trilogia dos Dólares tornou-se mundialmente conhecida e a fama do americano disparou: num abrir e fechar de olhos, passou a ser um dos grandes de Hollywood.
A partir desse momento, a carreira do ator não parou mais. Estreou-se como produtor no thriller Destinos nas Trevas (1971) e, no mesmo ano, deu vida ao mítico e violento Harry Callahan, da série Dirty Harry. A coleção de filmes teve um sucesso imediato, o que gerou cinco produções num espaço de dezassete anos: A Fúria da Razão (1971), Harry, o Detetive em Ação (1973), Harry, o Implacável (1976), Impacto Súbito (1983) e Na Lista do Assassino (1988). Esta é a saga que melhor caracteriza o épico do cinema com uma das personagens mais marcantes de Clint Eastwood.
Apesar de habituar o público a papeis cruéis, o intérprete também é possui uma sensibilidade única. O primeiro exemplo disso é Bird – Fim do Sonho (1988), filme que conta a história do músico Charles Parker. Foi a partir daí que o ícone assumiu a função de compositor, que, tal como tudo o resto, desempenhou com excelência.
Em 1992, dirigiu Imperdoável, considerado por muitos como o último grande faroeste, e a despedida em chave de ouro do gênero que consagrou Clint Eastwood. A produção conquistou quatro Óscares, incluindo Melhor Diretor e Melhor Filme. A vida do cineasta está repleta de êxitos e Menina De Ouro (2005) é, sem dúvida, o filme em que melhor se revela enquanto produtor.
A idade não é nem nunca foi uma condicionante ao trabalho dos grandes. Atualmente, continuamos a ser testemunhas do enorme trabalho do americano em filmes como Correio de Droga (2018) ou O Caso de Richard Jewell (2019).
Homenagear Clint Eastwood é homenagear o cinema. Aos 90 anos, a carreira do cineasta está longe de terminar. É um dos atores, diretores e roteiristas mais aclamados da Academia, uma lenda viva e a personalização daquilo que o cinema tem de melhor. Na verdade, é impossível deixar de comparar a carreira do cineasta a um bom vinho. É um privilégio ainda o ter a espalhar a sua magia cinematográfica tão própria.