Um dos fundadores de uma das mais influentes bandas da Humanidade. Pioneiro musical. Filho de um arquiteto e pai de duas filhas: uma chamada Lisa, a outra música Eletrónica tal como a conhecemos.

Pouco mais se sabe sobre esta misteriosa figura, apesar da sua proeminência no panorama musical mundial. Sabe-se que estudou no Conservatório de Dusseldorf, e que antes dos sons eletrónicos característicos da sua mais conhecida carreira artística, deu os primeiros passos na música com o violino e com a flauta em enquadramento clássico. Um pequeno passo para Schneider, mas um salto gigantesco para o mundo da música.

A natureza altamente cronométrica e precisa das composições clássicas e do estudo formal da música influenciaram certamente o interesse no uso de máquinas para moldar a sua sonoridade. Unidos por esta forma comum de entender o som e por um ímpeto de romper com os moldes, foi com Ralf Hutter, que conheceu enquanto estudava no Conservatório, que formou Kraftwerk. Inicialmente na flauta com Hutter no teclado, a dupla rapidamente evoluiu. Acompanhou a onda crescente de Krautrock e, apesar de só ter utilizado sintetizadores no terceiro álbum, teve sempre presente o “fetichismo sonoro” de Schneider, que contribuía para trazer sonoridades inéditas ao panorama musical.

Conhecido pelo seu gosto peculiar e por respostas entre o robótico e o misterioso em todas as entrevistas prestadas, o músico e sonoplasta cita cineastas e movimentos como maiores influências musicais. Fritz Lang, Sergei Eisenstein ou o Dadaísmo são alguns dos nomes das musas conhecidas.

Recusa-se ainda a entrar em detalhes sobre a vida privada, e tão pouco se soube dele após a sua saída do grupo em 2008 que circularam mesmo rumores sobre a sua morte. Estes foram mais tarde desmentidos quando apareceu inesperadamente numa conferência sobre poluição no oceano em Paris para apresentar um trabalho a solo: “Stop Plastic Pollution”.

Infelizmente, Florian Schneider faleceu na passada quarta-feira, dia 6, vítima de um cancro. Deixa para trás um legado de influência na música contemporânea lado a lado com pioneiros da música Eletrónica, como Vangelis e Giorgio Moroder, chegando mesmo a preceder o legado dos últimos a nível tecnológico.