O mercado de trabalho e o percurso académico foram temas debatidos na iniciativa incluída na programação da #UMinhoON.
No debate “4 em linha: a um passo do (des)emprego”, representantes de núcleos mostraram que mais do que ser um trabalhador, é necessário ser um cidadão completo. Esta segunda-feira, o Núcleo de Arquitetura (NEAUM), o Grupo de Alunos de Ciências de Comunicação (GACCUM) e o Centro de Estudantes de Engenharia Informática (CESIUM) juntaram-se para debater o desemprego no Facebook da Associação de Estudantes de Direito da Universidade do Minho (AEDUM), com moderação do presidente André Teixeira.
A questão de preparação que os alunos têm nas universidades para ingressar no mercado de trabalho foi um dos temas discutidos. As opiniões dos intervenientes convergiram em relação à pouca aposta na componente prática, algo que seria relevante para criar futuros profissionais mais dinâmicos nas suas áreas de especialização.
A importância dos estágios e o problema que muitos cursos possuem da inexistência de um estágio curricular seria fulcral na perspetiva de José Duque, representante do GACCUM. Defendem uma experiência deve ser de seis meses, contrariando, assim, o argumento de outros intervenientes, como Inês Oliveira, presidente do NEAUM e João Vilaça, tesoureiro do CESIUM. Acreditam que outras alternativas ao estágio curricular, como dissertações ou projetos, que poderiam também ser uma mais valia e auxiliariam na mesma o aluno a fazer tal decisão.
A ligação do trabalho à sobrevivência e a opção de um RBI (Rendimento Básico Incondicional), que permite que cada cidadão, sem qualquer discriminação, tenha uma vida digna foram igualmente temas levantados por André Teixeira, presidente da AEDUM. Em cima da mesa estava a questão da liberdade de cada um procurar um trabalho que realmente almeje e não um emprego só como veículo de sobrevivência e não de satisfação pessoal. Esta situação foi vista com agrado por parte de todos os participantes no debate, apesar de que cada um apresentou também outras alternativas, como foi o caso de João Vilaça. O estudante de Engenharia Informática pôs a hipótese da distribuição de bens de primeira necessidade pela população.
O tema da automação foi ainda discutido, pois muitos empregos podem desaparecer devido ao aparecimento de novas tecnologias que substituam o trabalho humano. Esta situação poderia levar ao desaparecimento de determinados empregos e também à exclusão de algumas pessoas por falta de conhecimentos a nível tecnológico. Face a isto, houve quem se posicionasse que certas profissões ditas “básicas” estão longe de desaparecer, e que caso exista maior liberdade de escolha de um emprego, pode haver espaço para originar a criação de novos trabalhos.
Para André Teixeira, “é importante termos consciência que neste nosso percurso académico temos oportunidade de nos formarmos e termos experiências diferentes, independentemente da área profissional”. A ideia de que cada aluno se deve manter fiel aos seus valores e viver no presente, independentemente da sua área, de forma a que não seja somente um trabalhador, mas uma pessoa completa a nível intelectual e pessoal foi a mensagem deixada com o debate.