Em 1972, Tim Maia lançava o seu quarto álbum de estúdio: Tim Maia. Uma das obras mais importantes do artista, o disco alcançou grande sucesso e atirou Tim Maia para o topo das paradas. Ao longo de 12 músicas, Maia leva-nos numa doce viagem ao som de Funk, Soul e Samba. Umas vezes separados, outras conjugados numa só música.
Um grande exemplo disso está na primeira canção do disco. “Réu Confesso” é um dos maiores sucessos, sendo uma mistura perfeita de Samba e Soul. Nesta faixa, Tim Maia aborda o seu relacionamento com Janete. O cantor confessa os seus erros e pede para voltar para os braços da pessoa com quem foi feliz. “Réu Confesso” dá assim o mote para um disco repleto de grandes músicas.
Na terceira posição do álbum está “Over Again”, uma das músicas cantadas em inglês no álbum. Uma harmonia perfeita entre o habitual género do cantor e Funk, que dá origem a uma melodia muito especial. Em contraste com esta, mas também em inglês, “New Love” trem uma postura mais apaixonada. Com alguns acordes do Bossa Nova, é mais uma obra sobre o amor, tema dominante para Sebastião Maia.
Já no lado B do álbum, um dos maiores êxitos do carioca: “Gostava Tanto De Você”. Uma das musicas mais famosas da Música Popular Brasileira, conquistou ouvintes por todo o lado. A canção foi composta por Edson Trindade, amigo pessoal de Tim Maia. Foi escrita nos anos 50 para a sua ex-namorada, algo que podemos facilmente entender pelo título. Repleta de sons diversos, é uma canção que mostra bem aquilo que Tim Maia era enquanto músico.
“Música No Ar” é a nona faixa do disco. É uma música que merece destaque pelo seu estilo calmo e tranquilo. Já perto do fim, conta com um incrível solo de guitarra, que se encaixa na perfeição na vibe da canção.
Perto do fim do disco está “A Paz Do Meu Mundo É Você”. Tim Maia assume uma posição mais “confusa”, ansioso por descobrir onde está o seu amor. O cantor afirma estar cansado de “protestar em vão”, precisando de ser amado para alcançar a paz. Num ritmo pausado, Tim Maia faz um novo desabafo, ao som de trompetes e de um coro feminino.
“Preciso Ser Amado” segue-se, e adota um tom triste. Acompanhado de uma guitarra, o cantor desabafa sobre a necessidade que sente de ser amado e amar. Juntamente com tantas lamúrias, Maia aproveita para declarar o seu amor por alguém que não sente o mesmo. É uma música bastante calma, no registo da faixa anterior.
O álbum fecha com “Amores”, faixa totalmente diferente das últimas. Além de ser um Funk puro, é um instrumental, bem ao estilo dos grandes clássicos do Rock n’ Roll.
Tim Maia tinha muito para dar. Prova disso são os 28 álbuns lançados em vida, que fazem dele um dos maiores nomes da música do país irmão. Partiu demasiado cedo, mas deixa-nos um grande legado que nos cabe respeitar.