A estratégia serve para responder às necessidades dos empresários e evitar uma crise naquela que costuma ser a época com maiores lucros para o setor.

O verão é frequentemente associado a uma subida elevada das receitas do setor da restauração. Face ao coronavírus, a Câmara Municipal de Braga desenvolveu estratégias para responder às necessidades dos empresários e evitar uma crise. O aumento de esplanadas e a isenção de taxas servem para neutralizar o impacto das restrições ao comércio. Caso contrário, “seria complicado para o negócio pois as pessoas têm escolhido as esplanadas em detrimento do interior”, alerta o vereador João Rodrigues, em declarações ao Diário do Minho.

A reabertura do serviço de esplanada foi autorizada há pouco mais de um mês. “Pelo que observo, parece-me que tudo está a correr pelo melhor”, afirma o vereador do pelouro da Gestão e Conservação do Espaço Público da Câmara Municipal de Braga. “Temos autorizado quase tudo o que nos têm pedido e as esplanadas aumentaram”, explica, advertindo que “se não fosse isso, talvez muitos dos estabelecimentos comerciais não tivessem capacidade de as pagar”.

Para a URBAC19 (União dos Restaurantes de Braga), a iniciativa “Braga de Porta Aberta” apresenta limitações. O excesso de burocracia leva a que haja “muitas esplanadas licenciadas pela autarquia, mas outras em ‘standby’”, advoga Tiago Carvalho, porta-voz da união, que reivindica uma maior diligência no processamento dos pedidos.

João Rodrigues defende que “o requerimento demora cinco minutos a ser preenchido”, porém, “as respostas não são dadas logo a seguir, como muitos esperam”. Existem solicitações para aumento de esplanadas, mas “a maior parte” dos proprietários não dispunha deste serviço e estão agora a “aproveitar a oportunidade”. Embora não seja “só o centro” a área em causa, o vereador assegura estar a fazer os possíveis para que as respostas sejam dadas com brevidade.

O esforço para levar a “bom porto” os requisitos dos empresários nem sempre se revela uma tarefa simples. Existe “uma ou outra situação ainda não resolvida”, confessa Rodrigues. Em ruas com “trânsito e passeios de 40 a 50 centímetros” não é possível pôr uma esplanada. Revela que “em conversas informais”, foi proposto o “encerramento de algumas ruas no horário de jantar”, mas afirma não haver consenso.

Ainda não há solução que acautele as diferenças entre os vários estabelecimentos. “Nunca seria possível dar o mesmo a todos”, advoga o vereador. Clarifica que “há quem prefira que passem carros, há quem não queira” e um restaurante estar numa praça ou ter passeio à frente, é diferente dos que não reúnem estas condições. Já foi sugerida a colocação do serviço de esplanadas em lugares de estacionamento, contudo, “alguns têm inclinação e são em paralelo, pelo que não seria muito benéfico”, argumenta.

As impossibilidades decorrem de “imaterialidades e não por se querer dificultar a vida a alguém”, garante João Rodrigues. No geral, acredita que “as pessoas estão agradadas” com a iniciativa pois vela pelos seus interesses e é uma forma de as “compensar”. “Eliminámos as taxas, havendo estabelecimentos que pagam milhões de euros por anos”.