Os clientes que tenham entrado até às 23h podem ser atendidos “dentro dos padrões normais”, clarifica a Associação Comercial de Braga.

O decreto regulamentar do plano de desconfinamento dita “exclusivamente que podem admitir-se novos clientes até às 23 horas”, explica a Associação Comercial de Braga (ACB), em declarações à RUM. Várias têm sido as queixas dos proprietários da restauração local, nomeadamente nos arredores da UMinho, sobre a conduta da Polícia de Segurança Pública (PSP) que impõe o encerramento dos serviços às 23h.

Segundo alguns relatos, a atuação da Polícia teria luz verde da ACB. No decreto, não são referidas condições acerca do “tempo de permanência nos estabelecimentos dos clientes que tenham entrado até às 23h, nem acerca do horário de encerramento”, informa Rui Marques, diretor-geral da associação. Desmentindo o alegado aval que teria a conduta da PSP, a ACB admite que os serviços podem funcionar “dentro dos padrões normais” com os clientes que tenham entrado até àquela hora.

A fiscalização da PSP não é “uma medida eficaz”, segundo o dirigente da associação. “São questões administrativas” e “nem sequer é possível ter um polícia em cada estabelecimento ou esplanada”, advoga.

Sobre as restrições impostas pelo Governo, a ACB define ainda que as limitações na entrada de clientes em cafés ou restaurantes até às 23h “não protegem a população de uma maior propagação do vírus” e devem ser retiradas.

“O período de retoma tem sido feito a uma velocidade muito lenta”, explica Rui Marques. Embora se note “o movimento crescente de pessoas na rua”, o responsável da ACB denota que “os níveis de consumo estão ainda relativamente baixos, sobretudo em lojas de roupa e restaurantes”.

De momento, o desemprego e o fecho de lojas ainda não tomaram proporções alarmantes. “As soluções de lay-off, das moratórias dos bancos ou do diferimento de impostos ajudaram à menor pressão na tesouraria das empresas”, informa o dirigente.

Contudo, a entidade alerta que, quando os apoios do Estado se esgotarem, pode haver “um número significativo de empresas a tomarem resoluções drásticas, através de despedimentos ou até do próprio encerramento”.