Em 2016, Car Seat Headrest ganharam uma grande presença no Indie Rock com o álbum Teens of Denial. Quatro anos depois, a banda lança um novo álbum de originais, que se afasta do Indie e adota uma onde de Dance e Eletrónica.
Will Toledo é uma figura que se apresenta como sendo um pouco quase séria demais. Assim, o músico decidiu lançar este álbum sob o seu alter-ego, Trait, para se lembrar de que é preciso divertir-se.
As guitarras estridentes que outrora marcavam a sonoridade da banda foram substituídas por sintetizadores e batidas eletrónicas. Contudo, as letras de Will Toledo que transmitem cinismo e humor não desapareceram.
“Wheightlifter” abre o álbum como uma forte candidata a clássico da banda. Mistura da melhor maneira o que é novo na banda e aquilo que sempre esteve lá, com pouco de Punk à mistura. A música vai-se construindo ao longo de dois minutos, até ao seu culminar, que nos apresenta os memoráveis versos “I should start lifting wheights/Cause I belive that thoughts can change my body”.
O álbum, sendo o mais curto lançado pela banda, conta com mais temas como “Cant cool me down”, “Deadlines(hostile)”, “Hollywood”, “Hymn”, “Martind”, “Deadlines (Thoughtful)”, “What’s with you lately”, “Life worth missing”, “There must be more than Blood” e “Famous”. “Cant cool me down” merece também ser falada, mas não pelos mesmo motivos.
É provavelmente a faixa menos apreciável, soando um pouco monótona e com um instrumental que se torna irritante. Martin conta com guitarras do Indie, uma batida Eletrónica e desvanece no ar com trompetes que terminam a faixa da melhor maneira possível.
“Hymn” é, sem dúvida, o tema com mais presença da Eletrónica. Do início ao fim ouvimos sintetizadores delirantes e extremamente presentes e uma bateria poderosa. Ao longo das quais ouvimos a mágoa e o desespero com que Will canta este tema “If I give this up, will I be saved? / Will my life be spared?”.
“Hollywood” merece também o reconhecimento, onde criticam a violência, o crime, as drogas e a opressão daqueles que têm poder. “There most be more than blood” está repleta de sintetizadores e guitarras distorcidas, sendo com certeza, a faixa mais negra deste álbum. O som criado pelos sintetizadores neste tema faz lembrar aquele produzido pelos Nine Inch Nails. É, assim, uma forte presença no álbum e, provavelmente, o melhor tema deste.
Este projeto está longe de soar homogéneo, sendo que as músicas parecem ser construídas individualmente e não como um todo. Gera-se, então, uma sensação de que cada música tem a sua personalidade.
O que poderia tornar o álbum pouco consistente, fá-lo, na verdade, ganhar a própria personalidade e torna-o mais interessante. Will Toledo quis lançar um álbum de Car Seat Headrest sem soar a Car Seat Headrest e fê-lo da melhor maneira possível.
É, contudo, possível que tenha desiludido um pouco os fãs do Indie. No entanto, criaram um projeto inovador e extremamente cativante, que abre novas portas à banda. É, sem dúvida, merecedor de atenção.
Artista: Car Seat Headrest
Álbum: Making a door less open
Data de lançamento: 1 de maio de 2020
Editora: Matador Records